7 de julho de 2007

Um ato de amor

Não pode haver alguém verdadeiramente torcedor do Grêmio que deixe de ter um imenso sentimento de gratidão para com o presidente Paulo Odone e a atual diretoria do Imortal. O que foi feito nos últimos 2 anos e meio tem um lugar especial no coração da maior torcida do Rio Grande.

Porém, mesmo aqueles capazes de liderar caminhadas vitoriosas, cometem erros. Comentamos de passagem no post "Enfim o lateral" que, dada a sua falta de identificação com a torcida do Imortal e com a história do clube: Britto na presidência do Grêmio seria a ascensão de um pára-quedista. O tamanho da rejeição que se vê na torcida a um nome para dirigir o clube é inédita na história.

Muitos torcedores proclamam que deixarão de freqüentar o estádio e se desligarão do quadro social se isso acontecer. Eu continuarei a comparecer ao Monumental para apoiar o Grêmio, mas confesso que não posso imaginar Britto conclamando a torcida para os grandes enfrentamentos a que o Grêmio está acostumado ou se dirigindo à Nação Tricolor após os jogos. Ele é um estranho no ninho.

Tudo o que o Grêmio não precisa agora é parir uma crise. Após conquistar a posição de segundo melhor time da América, numa caminhada que emocionou a torcida tricolor, e no momento em que começa a encaminhar a classificação para a Libertadores 2008, não se pode tumultuar o ambiente com disputas desnecessárias.

Na entrevista em que seu nome era lançado para ocupar o lugar de Odone, ouvi Britto declarar que sempre foi um apaixonado pelo Grêmio. Em nome dessa paixão peço a ele que não espere até terça-feira. Peço a ele que declare imediatamente não poder aceitar a encomenda que lhe foi feita. Seria um ato de grande amor ao seu clube do coração. Para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fica onde está: longe da cadeira presidencial.

Alimentar essa disputa é fazer um jogo que fere os interesses do Imortal Tricolor. Se não houver troca capaz de manter a tranqüilidade no clube, que Odone fique um pouco mais, até o final do ano. Depois, cumpra-se o estatuto. É uma questão de bom senso.