19 de outubro de 2007

Baltazar, o Iluminado



Ficha

Nome: Baltazar Maria de Moraes Jr.
Nascimento: 17 de julho de 1959, Goiânia (GO)
Período no clube: 1979 a 1982
Posição: Atacante
Data da homenagem: 21/09/1996

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Títulos

1979 e 1980 – Bicampeão do Estado
1981 – Campeão Brasileiro, Campeão da Copa El Salvador del Mundo em El Salvador, Campeão do Troféu Ciudad de Valladolid (Espanha), Campeão do Troféu Torre del Vigia (URU).

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Baltazar, o artilheiro de Deus ou Baltazar, o Iluminado ou, ainda, Baltazar, o Predestinado. Assim era chamado esse goleador nato. No período que envergou a jaqueta imortal (de 1979 a 1982), marcou 130 gols.

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Baltazar foi o único jogador a ser goleador isolado do Campeonato Gaúcho em duas temporadas consecutivas. Na primeira, em 1980, marcou 28 gols. No ano seguinte, balançou a rede adversária 20 vezes, para alegria da torcida tricolor.

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No ano de 1981, Grêmio e São Paulo fizeram a final do Campeonato Brasileiro. Nosso adversário tinha 7 jogadores da Seleção Brasileira. Contava, entre outros, com Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra, Marinho Chagas, Renato, Éverton, Serginho e Zé Sérgio.

A mídia dava o título como favas contadas. No primeiro jogo, realizado no Estádio Olímpico, o São Paulo sai na frente, com gol de Serginho, aos 39 minutos do primeiro tempo. Parecia ser a confirmação das apostas da imprensa. Mas era o Imortal quem estava em campo. No segundo tempo, empurrado pela torcida, o Grêmio vira com 2 gols de Paulo Isidoro (aos 10 e 24 minutos).

Antes disso, porém, quando o jogo ainda estava 0 x 0, Arnaldo César Coelho havia marcado um pênalti para o Grêmio. Era primeiro tempo, um gol poderia ser o início de uma sólida vitória. A torcida acalentou um sonho: a taça de Campeão Brasileiro poderia começar a mudar seu endereço para o Largo dos Campeões. Era o que todos pensavam. Baltazar, batedor oficial, foi para a cobrança. Um silêncio espetacular domina o estádio e o estado. Ninguém respira. Ele corre para a bola e... desperdiça a cobrança. Minutos depois, o São Paulo faz o seu gol. Na saída de campo, entrevistado pelas emissoras de rádio, Baltazar declarou: "Deus está guardando coisa melhor para mim."

O jogo acaba em 2 x 1, mas a nação tricolor vai para casa com um sabor amargo na boca. Ninguém digeria o pênalti desperdiçado. Uma vitória mais consistente em casa daria condições de ir para o segundo jogo com reais possibilidades de brigar pelo título.

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Foram dias de ansiedade aqueles que antecederam o jogo final. Cada torcedor do Grêmio montava mentalmente a sua estratégia para segurar o São Paulo num Morumbi que estaria lotado. Enquanto isso, os comentaristas seguiam apontando o São Paulo como provável campeão nacional da temporada. Este era o clima naquele dia 3 de maio de 1981.

Iniciado o jogo, o time comandado por Ênio Andrade, jogando com Leão; Paulo Roberto, Newmar, De Léon e Casemiro; China, Wilson Tadei e Paulo Isidoro; Tarcísio, Baltazar e Odair cadenciava o jogo fazendo o tempo passar. O São Paulo não conseguia furar o bloqueio do Imortal.

Então, aos 20 minutos do segundo tempo, Renato Sá, que entrara no lugar de Odair, apara de cabeça um levantamento de bola vindo de Paulo Roberto. O passe, feito para trás, encontra Baltazar no semi-circulo da grande área. A bola vem pelo alto, Baltazar domina a esfera no peito, enquadra o corpo e manda um chute indefensável no ângulo da goleira defendida por Valdir Perez. Era gol do Grêmio, era golaço de título, era golaço do predestinado Baltazar, o iluminado artilheiro de Deus.




Muito obrigado Baltazar Maria Iluminado de Moraes Jr.!

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A partir de 1982, Baltazar foi jogar em outros clubes, batendo um recorde de gols de mais de 20 anos na Espanha. Mas esses capítulos da sua história não sou quem deve contar.
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Todos os homenageados estão listados abaixo. Os que já tiveram registro no blog estão sublinhados, com link para o registro e indicação da data da publicação.

Adílson, Aírton, Alcindo, Altemir, Ancheta, André Catimba, Áureo, Baltazar, Calvet, China, De León, Dinho, Edino Nasareth Filho, Ênio Rodrigues, Espinosa, Fernando Kroeff, Foguinho, Iura, Jardel, João Severiano, Juarez, Leão, Luis Eduardo, Marino, Mauro Galvão, Mazaropi, Milton Kuelle, Oberdan, Ortunho, Pingo, Renato Portaluppi, Sandro Goiano, Sérgio Moacir Torres, Tarciso, Valdo, Zinho.