5 de março de 2009

A fé remove montanhas



Nunca duvidem da fé de um homem. Menos ainda duvidem da fé de uma trinca. Já foi escrito neste blog: os homens que comandam o Grêmio são homens de muita fé. A fé, prezados leitores, remove montanhas. Mas a fé não remove o Roth do comando técnico do Grêmio. Havíamos antecipado: Roth só sai com MUITA pressão.
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A entrevista do presidente Duda foi sintomática. Disse ele: "Demitir técnico por causa de maus resultados é uma atitude antiquada". Ele não se aventurou no terreno da explicação do que é moderno, mas depreende-se que seja pagar o peso em ouro para um técnico onipotente e onisciente.
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Na mesma linha vieram os outros: Krieger e Meira. No conjunto, os três deram a nítida impressão que estavam reféns de Roth. Este, ao contrário do que opinaram o Nando Gross e o repórter da Gaúcha, que viram nervosismo em sua entrevista, me pareceu senhor da situação. Fez o que sempre faz nas derrotas: criticou os jogadores ("São eles que jogam, são eles que decidem"), tirou a importância do empate com o Ypiranga e o mais impressionante: debochou de quem queria o 3-5-2 ("Hoje jogamos no 3-5-2 e até no 4-4-2 e não deu"). Krieger e Meira haviam defendido publicamente o esquema.
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Pode-se imaginar o que aconteceu. Terça-feira, na "reunião da cobrança" das bobagens do Gre-nal , Roth, que pra burro não serve, espertamente, deve ter jogado o abacaxi no colo deles: "OK. Vamos no 3-5-2, mas eu acho que nao é o ideal. Minha idéia é preparar o time para a Libertadores." Assim, repassou a responsabilidade do jogo contra o Ypiranga para o colo dos aloprados. Por isso, eles estavam constrangidos, enquanto Roth passou pela entrevista esbanjando auto-suficiência. Ele já sabia que não vai sair por causa do jogo de ontem.
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Se não vencermos na Colômbia, é possível que a pressão se torne insuportável. Aí, quem sabe... Eu, como torcerei por vitória, professo a minha esperança: alguém vai dar um choque nos aloprados e fazê-los trocar o técnico após o segundo jogo da Libertadores, mesmo que o time traga os 3 pontos. A esperança, se sabe, é a última que morre. Às vezes soterrada por uma montanha de fé.
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Duas provocações

Para quem não gosta do Tcheco: ontem ele não jogou. E aí, melhorou a "atitude" do time?

Para quem não gosta do William Magrão: a crise de consistência do time começou após a sua lesão. Coincidência?