20 de fevereiro de 2011

De Mozart a Wagner

19:05: Atualizado com os gols do jogo.

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Foto do ClicRBS

Como bem disse o Milton Jung, a nova camisa do Grêmio brilha na tela da tv. Este pode ser mais um indicativo do que nos promete este ano. O Ipiranga é ruim? Há controvérsias. Certamente não é pior do que o Veranópolis, do que o Cruzeiro ou mesmo o Mazembe. Dito isto, vamos ao que interessa.

Uma orquestra sinfônica de qualidade consegue interpretar a melodia do Mozart, a fúria do Wagner ou a energia do Beethoven. Pois o Imortal está se revelando uma orquestra sinfônica de qualidade. Alterna suavidade com fúria. Volúpia com paciência. Virtuosismo com esforço operário. E tem virtuoses. Se tem. Rodolfo é um John Wayne. Frio, implacável, não dá a menor chance ao inimigo. Fulmina com o olhar.
Rochemback é um Von Karajan. Muito bem secundado por Douglas. Adilson e Lúcio são os guerreiros visigodos. André Lima merece o apelido de Guerreiro Imortal que pediu.

Por tudo isto, os 3 x 0 no primeiro tempo debaixo de um sol escaldante estão mais do que explicados.

O segundo tempo, como seria de esperar, começou com uma natural redução de rítmo. O 3 x 0 autorizava e recomendava que isto ocorresse. O Grêmio sempre foi um time que não sabe jogar amistoso. A nossa alma é preparada para batalhas, não para festinhas de colégio. Pois mesmo assim, o jogo continuou bom. Passes precisos, alternância de jogadas, jogadas saindo com facilidade. O quarto gol saiu ao natural. Depois dos 25 minutos o time descansou. Nada mais aconteceu, afora o quinto gol. Gol de Leandro. Um menino alto de 17 anos que surgiu de surpresa na lista dos jogadores relacionados para o jogo. No pouco tempo mostrou boa técnica e, sem medo de ser feliz errou um gol antes de fazer seu primeiro gol nos profissionais.

A lamentar o acidente com o jogador do Ipiranga. E domingo vingaremos o cocô-irmão.
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Como jogaram

Victor: Ganha para ver o jogo dentro de campo.
Gabriel: Muito bem.
Paulão: Algumas roscas que não chegam a ser novidade. Voltando a ter a firmeza do ano passado.
Rodolfo: O John Wayne do futebol. Tem uma autoridade que espanta atacantes da área.
Gilson: Está melhorando.
Rochemback: O maestro. Incorporou definitivamente a alma tricolor.
Adilson: Muito bem no primeiro tempo. Praticamente não errou passe.
Lúcio: Não repetiu as melhores atuações mas foi bem.
Douglas: Um gol de cabeça e participação com vontade.
Borges: Foi eclipsado pela atuação do André Lima. Mas fez um gol por estar colocado no lugar certo.
André Lima: O melhor em campo.
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Mário Fernandes (Rodolfo): A mesma classe de sempre.
William Magrão (Douglas): Voltando aos poucos vai ser extremamente útil.
Leandro (Rochemback): Com pouco tempo, pareceu não sentir a camisa. E fez o seu gol.
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Renato: Parece que tudo que toca vira ouro. Um predestinado.
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Vinicius Costa: Não apareceu, o que para juiz é ótimo.
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Pobre e prepotente

Todos reconhecem de longe o novo rico. Só compra o que é caro e está mais preocupado com as aparências e a demonstração de poderio econômico do que com qualquer outra coisa. Como não sabe ainda o que é realmente bom, compra gato por lebre.

Pior que o novo rico é o pobretão que se acha rico. Gasta o que não tem e, por saber ter apenas uma casca de aparência, incorpora a prepotência à sua ridícula figura. Temos aqui no quintal de casa um pretenso milionário. Gastou o que não tinha em "futuros craques", "negócios obscuros" e "profissionais da opinião" para criar uma imagem de qualidade, poder e grandeza. Tudo para se livrar de um antigo complexo de inferioridade.

Como toda a construção sobre areia movediça, esta também não poderia durar. Como se esperava, tudo começou a afundar. Se a primeira coisa a ser descartada fosse a prepotência, todos seríamos solidários e até ajudaríamos o reerguimento do novo pobre. Mas do jeito que vai, só nos resta a pena e o desprezo. Não cabe aqui uma campanha de solidariedade. O Bob Esponja que nos perdoe.
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Os gols do jogo