15 de novembro de 2011

Uma inesperada mas bela homenagem



Tem um blog de um torcedor palmeirense chamado Forza Palestra. De lá transcrevo este belíssimo e emocionado post sobre o Olímpico. Obrigado ao autor. Futebol, fundamentalmente, é para isto.

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AO OLÍMPICO MONUMENTAL

Um dia, imagino eu, meus filhos vão querer saber que estádio era aquele que aparece nas imagens de antigamente como palco de grandes duelos entre Palmeiras e Grêmio. Quando eles tiverem, digamos, idade futebolística, o Grêmio será associado pelos mais jovens a mais uma dessas arenas modernas. Restarão do Olímpico fotos, vídeos e os nossos relatos, com a lembrança de quem viveu este que é sem dúvida um dos grandes estádios do futebol brasileiro.

Tantos foram os jogos históricos disputados no Olímpico Monumental que fica difícil acreditar que ele deixará de existir. Sofremos agora a ausência do nosso Palestra, mas ao menos sabemos que haverá um outro campo no mesmo lugar, o que acaba por preservar a noção de que é o mesmo estádio. Ao gremista, nem isso vai restar, uma vez que a tal arena será erguida em um local bem distante.

Se fui a Porto Alegre neste domingo, não foi apenas pelo dever de estar sempre ao lado do Palmeiras; foi também porque precisava me despedir do Olímpico. Precisava prestar minha última homenagem a uma das canchas mais importantes do futebol brasileiro.

O Palmeiras fez seu último jogo oficial no eterno Palestra Itália logo contra o Grêmio, este clube contra quem tivemos uma rivalidade sem igual nos anos 90. E foi, a passagem de quase duas décadas nos permite observar agora, uma rivalidade que serviu para engrandecer os dois clubes e a relação entre eles. Uma rivalidade forjada em grandes batalhas de Libertadores, de Copas do Brasil e de Brasileirões ainda dignos, com mata-mata em vez destes abjetos pontos corridos. Uma rivalidade forjada em ódio momentâneo, em brigas homéricas, em pressão vinda da arquibancada, em artimanhas de parte a parte, em declarações polêmicas, em gols, em expulsões que valeram mais do que muitos gols, em títulos, em classificações, em eliminações. Futebol e guerra são sinônimos, e Palmeiras e Grêmio entenderam e aplicaram isso dentro e fora de campo.

E Palestra Italia e Olímpico Monumental serão sempre lembrados como palcos destas batalhas épicas - e de outras tantas.

Tivemos na tarde de hoje mais uma grande jornada no Olímpico. Os vagabundos que foram a campo ao menos representaram a camisa alviverde. Deixando de lado este ano terrível que não quer terminar, foi uma tarde digna. Uma tarde de futebol, uma tarde de Olímpico Monumental, uma tarde de Grêmio x Palmeiras. E, já que não dá para saber como serão as coisas em 2012, foi importante para mim ao menos garantir uma despedida de um estádio que, sem dúvida, vai deixar saudades...

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Obrigado a todos os amigos que estiveram comigo neste domingo: Johnson, Beto Boi, Teo, Aragonez, Sylvio e Fabinho. E obrigado também ao Ducker Grêmio, de um trabalho inestimável, a quem tive o prazer de conhecer antes do jogo. Valeu!


http://forzapalestra.blogspot.com/2011/11/o-ano-que-nao-quer-terminar.html