12 de novembro de 2012

Me espera aí Velho Casarão

A renovação do Luxemburgo


A histeria está solta. O desespero mais ainda. O Grêmio ganha numa grande virada, está na Libertadores, bem encaminhado para entrar na vaga direta, disputando a Sulamiranda e parte da torcida está arrancando os pelos do rabo a unhaços.
Eu confesso que nunca havia visto isto. E tudo por que?
Porque Koff não renovou com o Pofexô no primeiro encontro. Porque Koff teria, vejam bem a palavra, teria se assustado com os valores pedidos.
Até Felipão, um dos maiores ídolos do Grêmio, entrou de gaiato e passou a ser um bosta qualquer. Bobeia e ele fica atrás do Juarez Roth na preferência.
Aí, quem chega de Marte vai ver tudo isto e concluir, sem medo de errar, que o Pofexô ganhou todos os títulos que disputou pelo Grêmio até hoje. Vai concluir também que o Imortal Tricolor nada em dinheiro e não quer pagar um valor irrisório que, dizem, beira 1 milhão por mês para manter este espetacular multi-campeão pelo Grêmio. E que Koff é um avarento.
Pode concluir também que parte da torcida do Grêmio é perdulária e cuida de seu dinheiro como quem cuida do gato da vizinha.
Ou que a melhor forma de negociar bem um contrato é mostrar à outra parte que esta é a única opção existente no Sistema Solar.
O dia de hoje foi cansativo. Ler twitter e comentários no blog exigiu esforço enorme e estômago em dia.
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Eu quero o Pofexô e tenho certeza que a nova diretoria do Grêmio também. Eu só tenho certeza também que o Tricolor é muito, muito, muito maior do que Luxemburgo.
E tenho uma lembrança bem presente na minha memória: a última vez que uma diretoria esbanjou dinheiro a rodo no Grêmio, acabamos falidos na segunda divisão. E, dizem todos os que passaram por lá desde então, os reflexos ainda se fazem sentir.
É bom pensar um pouco nisto antes de sair dizendo desaforo por aí e, também, pagar vale de otário.
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Aliás, se o Pofexô se emocionou tanto com a torcida domingo, poderia rever um pouco os valores que pediu. Ou não? O amor tem só uma via?
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Eu vou aí Olímpico


Desde quinta eu sabia que o Grêmio ganharia. Muitas vezes pressinto a vitória ou a derrota. Até chamei o Régis, famoso pelo pé-frio. "Vem que nada vai tirar a vitória".  Por isto fiquei tranquilo até com o 0 x 1. Tranquilo é modo de dizer, que assisto aos jogos gritando e ameaçando invadir o monitor.

Só lamento que nunca mais verei jogos no Olímpico. A sensação de euforia pela vitória com a dor da perda iminente foi um sentimento muito estranho. Ouvir os depoimentos da torcida vinda de todos os lugares do Brasil mexeu com o coração. Vozes cheias de saudade e de emoção. Vozes de amor incondicional. Vozes agradecidas pelo que nos deu o Velho Casarão. Vozes orgulhosas por fazerem parte da história. Vozes orgulhosas por serem gremistas. Vozes orgulhosas por serem testemunhas dos últimos momentos de um templo sagrado. Vozes esperançosas de um futuro ainda mais brilhante na nova casa.

Eu não pude ir. Problemas não deixaram que pegasse a estrada ou um avião para participar destes momentos de despedida emocionada. Dificilmente poderei ver o jogo ou algum dos jogos derradeiros se formos adiante na Sula.
Mas uma coisa farei sem sombra de dúvida. Próximo ao Natal e Ano Novo vou dar um último carinho agradecido ao estádio onde aprendi a amar e vibrar com o Grêmio. Estádio onde aprendi a entender de futebol. Vou caminhar uma vez mais por suas arquibancadas. Olhar agradecido para o campo. Mirar cada curva com devoção. Estarão vazias de gente provavelmente. Mas repletas de histórias do meu passado. Se der entrarei pela geral, onde me levavam meus parcos recursos de estudante. E onde esquecia as agruras da escola e da vida afogado no amor mais verdadeiro porque desinteressado e unilateral.

O Velho Casarão merece isto. E eu mereço isto.