29 de março de 2013

Bastidores de um fiasco


Normalmente a estrutura dos posts dos jogos é preparada antes. Deixo pronto o tópico pré-jogo, formato o espaço do primeiro tempo, segundo tempo, como jogaram, etc. Depois vou preenchendo durante o jogo. Às vezes por conta disto até perco um lance importante e vem a reclamação nos comentários.
Por sorte não fiz isto ontem. Não teria nenhum recheio para preencher os vazios.
Em Porto Alegre para resolver problemas particulares e passar a Páscoa com a família, aproveitei para ir ao jogo. Com a Pitica de férias, restava tentar fazer o post da própria Arena. Arigatô faria porque mexe melhor com estes apples da vida, mas não havia rede 3G no local. Não, a culpa disto não é da OAS, mas desconfia-se levemente de um ex-presidente.
Minha mulher foi pela primeira vez a um campo de futebol para ver jogo. Antes, só para show do Paul MacCartney. Começou o jogo e ela olhava o estádio e o I-Phone enquanto falava com as amigas sentadas ao lado. Olhar o jogo nem pensar. Aos 15 minutos ela virou e falou: "eu não entendo nada de futebol ou este jogo está uma bosta?" Ela não falou bem esta última palavra, mas o significado era este. Aí me dei conta que eu também olhava muito para a Arena e seus detalhes e pouco para aqueles firuleiros que fingiam correr dentro do campo. Poucas vezes na minha vida eu vi um grupo de jogadores tão desinteressados com um jogo.
Um jogo? Melhor falar uma coletânea de jogos. Tirem as partidas contra o Fluminense e contra o Caracas na Arena, onde o time foi empolgante, e olhem de lá para cá. Derrota contra os bolivianos fora e algumas vitórias obrigatórias contra times mambembes do interior. Tudo culminou com a ridícula derrota de ontem.
A rigor, o time só correu entre o tempo que levou o primeiro gol e que empatou cerca de 10 minutos depois. Aliás, o primeiro gol pode ser pinçado como um exemplo pronto do que os nossos galhardos atletas aprontaram a quem se dispôs a sair de casa ou sentar em frente ao "pay-per-view" para torcer. Foi um desrespeito total.
Em campo uma massaroca. Na palavra de um personagem importante o time entrou com 3 atacantes e na prática jogou com um, porque os outros dois estavam armando atrás do Fernando. Verdade de quem conhece tudo e também já ganhou muito.
Aí se olhava o banco e eles estavam lá. Marcantonho e W. José. O segundo eu ainda acho que pode dar certo. É novo e, dizem, muito tímido. Pode deslanchar. Mas o primeiro é inexplicável que seja a opção número um para tentar virar um jogo. Bertoglio e Biteco? Só Deus sabia onde estavam. Deus e o Pofexô.
A "atuação" foi tão ruim e danosa quanto é aquele contrato feito com uma certa empreiteira. Aliás, cresce entre quem conhece os detalhes a certeza que a coisa é preta demais.
Por conta do Arigatô assisti a palhaçada do camarote presidencial. E este foi o lado bom da coisa. Saí com a certeza , entre outras coisas, de que nossos valorosos atletas vão começar a correr.
Arigatô vai chefiar a delegação em Passo Fundo e, por conta disto, teve que passar pelo vestiário. Enquanto esperávamos no estacionamento chamava a atenção um punhado de camionetões brancos e pretos, alguns com loiras fogosas e falantes no volante. Aos poucos eles foram aparecendo e um por um os carrões saiam. Alguns para casa, outros, certamente, para a balada. No meio deles chegou com cara chateada o Bertoglio. Puxando a mala, entrou num carro até simples para os padrões e saiu sozinho. Algo me dá a certeza de que ele não fica. Me aterroriza a idéia de que acabe no aterro.
 De bom na noite sobrou a pizza com o Minwer e o Ducker. E a cerveja que o Arigatô me deu para beber em casa porque não me deixou beber na janta por conta da lei seca. Uma Blanche de Namur. Divina como se gostaria que fosse o time do Grêmio. Eles até podem chegar perto. Mas tem que por a correr esta cambada de boçais. E também marcar mais de perto o Pofexô.