19 de abril de 2014

Daniel Matador: No hay camino

Caminante, no hay camino, se hace camino al andar.
Extraído da obra Proverbios y Cantares XXIX, do poeta espanhol Antonio Cipriano José María y Francisco de Santa Ana Machado Ruiz
Caros

E eis que novamente inicia-se mais um Campeonato Brasileiro. Sim, o mesmo que, não obstante o Grêmio estar sem erguê-lo há um certo tempo, nas últimas duas edições ganhas pelo Rio Grande do Sul foi a camisa tricolor a responsável pelo feito. Serei muito sincero: é difícil concentrar-se neste início de campeonato nacional quando estamos às voltas com a Libertadores da América. Mas os compromissos aí estão e devem ser cumpridos. O tricolor irá até Florianópolis jogar contra o Atlético-PR por conta de penalizações impostas ao clube paranaense, oriundas do campeonato do ano anterior.

Será a oportunidade que o técnico terá para testar alguns jogadores que obrigatoriamente terão de ser utilizados ao longo do ano, principalmente por conta do acúmulo de jogos e competições. A dupla de zaga deverá ser formada por Bressan e Pedro Geromel. Confesso que, tirando o gol contra que marcou no empate contra o São Luiz de Ijuí, as demais atuações de Geromel não foram das piores, em minha humilde opinião. Antecipa-se bem aos adversários, tem um jogo aéreo razoável e não enfeita. Seria a chance de vê-lo contra uma equipe melhor qualificada do que as do ruralito. Outro que deve ganhar chance é o herdeiro da lateral-esquerda, Breno. Com Wendell já vendido, deve ser ele o substituto natural. As atuações nas categorias de base e em alguns jogos pelo ruralito deixaram boa impressão. E por fim até mesmo o recém contratado Rodriguinho pode também aparecer no time. Depois de amargar um certo ostracismo no Corinthians, após uma boa temporada pelo América-MG, surge no tricolor a chance de retomar o bom futebol que já apresentou.

Ah, mas e qual será a fórmula para que o Grêmio possa erguer mais uma vez a taça do Brasileirão? Será que a estratégia de utilizar times mistos às vésperas de jogos mais importantes (como é o caso agora) é acertada? Deve-se dar todo o gás logo no início, ou isso não adiantará nada (vide Grêmio de 2008)? O time titular deve jogar sempre, mesmo correndo risco de perda de atletas para as competições maiores? São muitas as alternativas e várias as opiniões. Neste meus anos de futebol, aprendi apenas uma coisa: por melhor que seja o planejamento de um clube para uma temporada, é necessário que o time tenha “liga” e encaixe-se durante os jogos e torneios. Quase todos os campeões fizeram-se assim. Muitos, inclusive, iniciaram os campeonatos totalmente desacreditados, sequer figurando como favoritos.

Portanto, amigos gremistas, apenas um pequeno adendo: não se estressem por conta de estratégias utilizadas pelos clubes. Ao final, é o encaixe de jogo e a liga entre o time os fatores mais preponderantes para a conquista de uma taça. Não há um caminho reto e certo para isto. Se houvesse, bastaria que os clubes o seguissem. Como já citado no início deste texto, valendo-me do imortal poema de Antonio Machado, “no hay camino, se hace camino al andar”.

Saudações Imortais