10 de maio de 2014

Daniel Matador: Era uma vez no Oeste

Caros
 Aqueles que não mataram as aulas de história na escola e tiveram a chance de ter um bom professor nesta disciplina certamente sabem como ocorreu a colonização do oeste americano. Uma terra inóspita que foi povoada à força, inclusive através do uso das armas. Assim mostrou o diretor Sergio Leone em clássicos como Era Uma Vez no Oeste, uma de suas obras primas. Como dizem os conhecedores, o início da vida aconteceu no oriente, estendendo-se ao ocidente, tendo sido sempre esta a marcha da civilização. No Brasil não ocorreu nada muito diferente. O oeste brasileiro também foi uma área desbravada anos após a colonização pelo lado do Atlântico. Assim como no exemplo dos EUA, grandes dificuldades marcaram a vida dos primeiros valentes que estabeleceram-se nestas novas regiões. Mesmo aqui no sul temos exemplos semelhantes. E os gaúchos foram um dos principais povos (senão o principal) a incursionar nestas terras. O oeste de Santa Catarina, por exemplo, é uma região com fortíssimo predomínio de imigrantes gaúchos. Natural, por conseguinte, que a presença gremista ali seja preponderante e maciça.
Pois é justamente a cidade de Chapecó, no oeste catarinense, que sediará a partida deste domingo entre Grêmio e Chapecoense. Os ingressos colocados às venda para a torcida tricolor esgotaram-se em poucas horas, havendo grandes filas nas bilheterias da Arena Condá, o novo nome do antigo Estádio Índio Condá. Mesmo que nenhum torcedor saísse do Rio Grande do Sul para assistir este jogo, ainda assim o espaço gremista no estádio estaria lotado. Como o cônsul do Grêmio na cidade comentou, dos cerca de 200 mil habitantes de lá, ao menos 60% vestem azul, preto e branco. Mais uma prova da força do clube e de sua torcida.
O time que deve entrar em campo neste domingo inicia com Grohe no gol, tendo Pará e Wendell nas laterais. Na zaga, Werley permanece e ganha a companhia de Bressan, por conta de uma lesão de Geromel. Aliás, não fossem as lesões, provavelmente a zaga titular do Grêmio teria Rhodolfo e Geromel. No meio, Edinho e Riveros são os volantes, com Ruiz, Rodriguinho e Dudu atuando como meias e Barcos sendo a referência no ataque. Também aqui temos a entrada de Rodriguinho na vaga de Luan, que deve entrar aos poucos até adquirir maior confiança, por conta da lesão sofrida recentemente. Apenas quem já jogou futebol sabe o que é atuar voltando de lesão, mesmo que ela seja em uma região não utilizada diretamente, como foi o caso de Luan.
O time da Chapecoense não figura entre os melhores elencos do campeonato, muito longe disso. Mas possui um bom treinador e certamente os jogadores darão a vida em um jogo contra o Grêmio. Motivos suficientes para que o time jogue com inteligência e sem nervosismo. Há totais condições de vencer e trazer três pontos na bagagem. Gremistas já colonizaram e dominaram a região há tempos atrás. Resta ao Grêmio seguir o exemplo e mostrar sua força para os milhares de tricolores que matarão a saudade de rever o time por lá depois de tanto tempo.

Saudações Imortais