23 de agosto de 2014

Daniel Matador: Na técnica, na força e na sorte

“Não é suficiente eu ter sucesso. Todos os outros devem falhar.”

Frase atribuída ao comandante do maior império de sua época, Gengis Khan.



Caros

Dá para contar nos dedos. Desde que a Arena foi inaugurada, raros foram os domingos em que um jogo de futebol ocorreu às 4 da tarde no mais moderno estádio da América do Sul. Com razões que vão desde o calendário até o privilégio dado a outras equipes na tabela de jogos, a torcida gremista tem ficado privada de poder desfrutar do mais nobre horário do futebol. Boa razão para que todos aqueles que podem compareçam ao Humaitá neste dia.

O resultado do último jogo pelo  Brasileiro, disputado contra o líder do campeonato em seus domínios, não espelhou o que foi produzido pelas equipes no decorrer do jogo. Mas uma das mais óbvias frases do futebol já diz que ele é bola na rede. E neste ponto o Cruzeiro foi mais competente. Lógico que futebol é muito mais do que apenas bola na rede. Futebol também é marcação, tática, estratégia, estado anímico, ambiente, força e sorte. Sim, por mais que muitos façam cara feia, futebol prescinde demais da sorte. “Ah, Matador, a sorte ajuda os bons.” É, em boa parte dos casos, pode-se dizer que sim. Mas o que tem de time chinelo tendo uma sorte desgraçada nos últimos tempos não está no mapa. É goleiro tomando frango, é zagueiro fazendo gol contra e mais uma série de outras situações que jamais poderiam ser creditadas na conta da competência.

Neste quesito o Grêmio ainda padece de um pouco mais de felicidade. Aquela bola marota que bate na trave e entra, ao invés de sair pra escanteio. Aquele desvio meio sem querer do zagueiro tosco que acaba entrando e anotando um gol a favor. Até mesmo aquela lesão leve, que faça com que o melhor jogador adversário desfalque o time e acabe ajudando o tricolor a vencer. Que fique bem claro que competência, planejamento, estrutura e todo o rol de quesitos importantes para que um time vença e seja campeão não estão sendo desprezados, sequer colocados em segundo plano. Apenas que nem sempre a conjunção de tudo isto é suficiente para ganhar.

E o motivo é muito simples. Como já ressaltava Gengis Khan, não basta que um time tenha sucesso. Todos os outros devem falhar. O atacante do Cruzeiro marcou o gol no último jogo não apenas por mérito seu, mas também por falha do Grêmio. Um centroavante que jogue contra um zagueiro com atuação perfeita conseguirá marcar seu gol? Um volante que jogue contra um meia perfeito conseguirá barrar a passagem deste? As respostas serão sempre as mesmas. Sim, desde que o outro tenha alguma falha. O objetivo maior de uma equipe que pretenda conquistar algo é justamente minimizar suas falhas. E contar com alguma falha da equipe adversária para vencer. Só que isto não é tão fácil assim.

O time do Grêmio neste domingo, por conta das ausências por lesão de Riveros, Lucas Coelho e Edinho, deve entrar no gramado da Arena com Grohe no gol, tendo a primeira linha de defesa formada por Pará, Rhodolfo, Werley e Zé Roberto. Do meio para a frente, a formação deve ter Ramiro, Wallace, Felllipe Bastos, Luan, Dudu e Barcos. Isso se Felipão não promover alguma modificação para testar algum jogador ou uma nova formação. A presença de Pará e Werley não dá muito ânimo. Lucas Coelho estava em um bom momento e lesionou-se na pior hora. Como Ronan sentiu a estreia, a volta de Barcos acaba sendo necessária. Zé Roberto tem desempenhado um papel na lateral esquerda com eficiência  superior aos jogadores anteriormente ali testados. E Fellipe Bastos é uma grata surpresa, sua titularidade hoje é inquestionável.

Veremos o que este domingo reserva para a torcida tricolor. É dia para fazer aquele churrasco mais cedo e depois partir para a Arena. E quem está longe juntar sua torcida a quem lá estiver. O adversário é o Corinthians, que ocupa as primeiras posições da tabela e vem de uma vitória maiúscula sobre o Goiás. Com um pouco de técnica e força, aliada a uma boa dose de sorte, a vitória pode chegar.

Saudações Imortais