1 de janeiro de 2015

Daniel Matador - O que realmente interessa


Caros

Um ano acabou, outro está começando. As mudanças fazem parte da vida e nada podemos fazer quanto a isso, a não ser entendê-las e tirar o melhor proveito de tudo. Como diz o ditado aquele, temos de ter serenidade para aceitar o que não pode ser mudado, coragem para mudar o que pode e sabedoria para distinguir uma coisa da outra. E 2015 mal começou e já temos mudanças no Grêmio.

O ano mal raiava e os perfis do clube nas redes sociais noticiavam aquilo que já se comentava há algum tempo: o contrato com a nova fornecedora de material esportivo do clube, a tradicional grife inglesa Umbro. Sou um suspeito para falar bem desta parceria, pois eu ansiava por ela há muito tempo, quando praticamente ninguém sequer cogitava que o diamante estilizado pudesse estar na camisa tricolor.

Em junho de 2013 montei um post com o sugestivo título de "O Manto Sagrado" (uma das várias analogias de filmes que já fiz aqui no blog) onde contei um pouco da história da Umbro, desde seu glorioso passado até a sua aquisição e quase destruição da marca pela Nike, chegando à sua condição atual, como uma das marcas pertencentes ao grupo americano Iconix. Modéstia à parte, é um texto bem bacana e sugiro que o acessem nesse link aqui, inclusive para entenderem toda a carga histórica da nova parceira do clube.

Uma notícia dessas deveria encher a torcida de alegria, pois é algo extremamente positivo. O ganho em logística de distribuição, design, qualidade e foco da parceira são alguns dos itens que naturalmente revertem-se em mais vendas. Mais vendas significa mais dinheiro. Mais dinheiro significa possibilidade de mais investimento e tudo o mais. Não há necessidade de explicar o óbvio.

Mas é claro que, tão logo o anúncio começou a ser replicado, tanto pelo Grêmio quanto pela própria Umbro, a corneta burra começou. "Não quero camisa, quero títulos." "Ah, já sei, virá o Messi em 2015!" "Então agora vamos ganhar tudo!" E outras "genialidades" que li e ouvi por aí nestas primeiras horas de 2015.

O amargor, assim como a burrice humana, não tem limites. É óbvio e notório que o principal objetivo de um clube como o Grêmio é o futebol e, portanto, erguer taças. Assim como qualquer ser humano possui necessidades básicas, como alimentar-se, por exemplo. Só que o atendimento às necessidades básicas não implica em relegar todas as outras necessidades. Seria como o cidadão que está com o telhado da casa cheio de buracos, mas não o conserta porque alega que sua prioridade é conseguir comida para encher a despensa que está vazia. Não vou nem alongar-me mais em tentar mostrar as obviedades. Quem sempre enxerga o lado ruim das coisas não vai mudar e assim continuará, mesmo que o clube empilhe taças todos os anos, como fazia há algum tempo atrás.

O que realmente interessa é que iniciamos mais um ano e a esperança, como sempre, se renova. Por mais que queiram esbravejar, será assim até o fim dos tempos. Se 2015 será o ano do Grêmio? Não sei, ninguém sabe. Mas eu, ao invés de ser negativista, vou torcer a favor, como sempre faço. E de camisa nova. A mais linda camisa do mundo.

Saudações Imortais