2 de fevereiro de 2015

Avalanche Tricolor: uma questão de foco, pé no chão e de querer um pouco mais


Milton Jung


Grêmio 3 x 0 União Frederiquense

Campeonato Gaúcho – Arena Grêmio


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As férias e a o início deste ano têm sido dedicados a escrita de um novo livro, tarefa que me tem tomado boa parte do tempo e me limitado a apenas algumas tarefas. O programa na rádio, claro, é prioridade, mas o restante do tempo está voltando às pesquisas e textos que constróem cada capítulo. Sou exigente demais com as palavras e isso me faz voltar atrás, reescrever e rever para, normalmente, voltar a escrever. O pior é que sempre tenho a impressão de que não ficou bom. Nas adaptações necessárias abdiquei de acompanhar com mais proximidade o noticiário gremista, fiquei apenas com as manchetes que apareciam nos sites, já que os jornais aqui de São Paulo, por motivos mais do que óbvios, não abrem espaço para os clubes do Sul. Troquei informações também com meu pai, por telefone, mas nada além do básico: contrataram esse, venderam aquele outro. Esse desprendimento, que espero seja justificável para você, caro e raro leitor deste blog, me levou, inclusive, a não atender o pedido prestigioso do editor do Imortal Tricolor, blog que costuma reproduzir os textos da Avalanche. Não foi desfeita, foi respeito: faltavam-me tempo e informação para escrever algo que estivesse à altura de seus leitores.

Do pouco que li, das despedidas que acompanhei e das chegadas que quase não soube fiquei com a mensagem principal: o Grêmio vai focar o Campeonato Gaúcho. Deste assunto entendo um pouco mais, pois faz parte de uma das pesquisas que realizei para o livro. Alguns autores dizem que nossa capacidade de atenção determina o nível de competência com que realizamos algumas tarefas. É por meio do foco que direcionamos nossa atenção, energia e temos mais chances de conquistar melhores resultados. Contudo, para se ter foco é importante saber o que se quer e definir prioridades, organizar o tempo de modo realista e saber dizer não às fugas de atenção.

Hoje, o Grêmio parecia mesmo bastante focado na tarefa de vencer seu adversário na estreia do Campeonato Gaúcho. E o fez com rapidez ao decidir o jogo logo no início com dois gols. Voltou para o segundo tempo já sem a mesma atenção, provavelmente pelo cansaço físico e mental que os desafios nos oferecem. Mesmo assim voltou a marcar quase no fim do segundo tempo quando já estava com um a menos em campo. Eu também tive de prestar muito atenção em cada jogador que tocava na bola, pois muitos eram novidades para mim, para torcida e para o próprio time que vai ter de se acostumar com a nova formação. Fazer previsões a partir do que assistimos nesta tarde na Arena que, por sinal, recebeu excelente público para um sábado de verão no Rio Grande do Sul, é precipitado. Todos estavam se conhecendo. E alguns ainda vão chegar. É o que espero. Afinal, por mais focado que estejamos no Campeonato Gaúcho, minha torcida tem pretensões bem maiores este ano.

Gostei muito de ver que Marcelo Grohe segue em forma; é interessante saber que podemos contar com jogadores jovens e promissores; e fiquei feliz em ver que Barcos voltou com a corda toda. A lamentar, a possibilidade de termos assistido ao último jogo dele com a camisa do Grêmio. E saber que nosso destino, no futebol brasileiro, é esse mesmo: perder nossos craques e ficarmos apenas na torcida de que um novo surja muito por acaso.