28 de fevereiro de 2016

Avalanche Tricolor: gols, pipoca e rock and roll

Por Milton Jung

Grêmio 4×2 Glória

Gaúcho – Arena do Grêmio


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Foi um fim de sábado intenso, que começou ali pelas cinco horas da tarde com a partida do Grêmio, na televisão, e se encerrou depois da meia-noite quando voltei a pé do Morumbi, após assistir ao show dos Rolling Stones.
Cheguei a titubear: ver o jogo do Grêmio até o fim e chegar em cima da hora para o show, arriscando ficar distante do palco? Não ver o jogo do Grêmio e garantir espaço nas primeiras filas da pista?
Não sei porque ainda encaro esses dilemas quando sei de antemão a resposta: assisto ao jogo do Grêmio, sempre (ou na maioria das vezes). Foi o que fiz e por pouco não me arrependi. Não que lá no estádio, pela hora que cheguei, não tenha conseguido uma boa visão do palco, muito beneficiada pelos incríveis telões que integravam a paisagem eletrônica.
O arrependimento bateu forte quando vi, já no segundo tempo, aquela escapada pelo corredor que havia no lado direito da nossa defesa, a bola cruzando toda a área para encontrar o atacante que entrava livre pelo nosso lado esquerdo.
Este show já havia assistido, nesta temporada. O Grêmio com muito mais futebol, chegando à defesa alheia com velocidade, chutando e desperdiçando oportunidade atrás de oportunidade. Consagrando o goleiro adversário. De repente, uma bobeada e tomamos o gol. Outra, e gol novamente. Ontem, corremos riscos mais duas ou três vezes. Ainda bem que nosso goleiro é sagrado.
Para ver espetáculo com o mesmo enredo, tivesse seguido mais cedo para o Morumbi, pensei cá com as listras tricolores da minha camisa. Lá estava com encontro marcado com velhos conhecidos: no palco estariam os mesmos astros e seus clássicos que curti em janeiro de 1995, no Pacaembu, e em abril de 1998, na pista de atletismo do Ibirapuera, apenas com uma roupagem diferente. Sim, eu estive com eles nas duas vezes anteriores e só não me meti entre os 1 milhão e 200 mil pessoas que assistiram à apresentação, em 2006, em Copacabana, porque casamento e filhos nos dão um certo senso de responsabilidade.
Gosto dos Stones e poucos são capazes de me emocionar como eles, especialmente quando somos milhares no mesmo espaço comungando o som que tocou minha geração. E, pela juventude que pulava ao meu lado, a de muitos outros, também.
Assim como das outras vezes, a expectativa era ouvi-los em “Jumpin’ jack flash”, “You can’t always get what you want” e “Satisfaction” – os sucessos de sempre. Já sabia que Mick Jagger conversaria com a gente em um esforçado português britânico, iria saracotear de uma lado para o outro e brincaria com a turma do palco.
Apesar da impressão de que tudo aquilo já havia sido visto anos atrás, mais uma vez assistir aos Stones seria único, grandioso e emocionante. Um espetáculo que queria ver de novo, e de novo, e mais uma vez se possível. Diferentemente daquele que o Grêmio apresentava na Arena, em Porto Alegre, e eu insistia em assistir até o fim, mesmo que isso pudesse atrapalhar meu compromisso mais tarde.

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Luan marca mais uma vez Foto Grêmio Oficial/Lucas Uebel
 
Quando o Grêmio joga, mesmo nos piores de seus dias, sempre quero acreditar que algo surpreendente possa acontecer. E estamos bem distante destes maus dias. O que ocorre hoje é apenas a necessidade de afinar melhor nossos instrumentos: o passe, a aproximação, o deslocamento, a marcação, o chute a gol e a confiança. Roger, que comanda a nossa banda, tem se esforçado neste sentido, pois conhece bem o potencial de cada um dos seus integrantes. Sabe que somos capazes de oferecer um espetáculo vitorioso. E que faremos isso, em breve.
A surpresa veio quando já havia trocado minha camisa tricolor pela que estampa a cara envelhecida dos Stones: minha insistência, e muito mais a de Roger e dos jogadores, foram premiadas com dois gols no fim da partida, com Henrique Almeida (que seja o primeiro de muitos) e Luan (mais um de muitos que já marcou) completando o que Giuliano e Geromel haviam iniciado. Uma goleada construída de maneira estranha, mas que foi muito mais realista ao que havia acontecido em campo.
Mesmo com o adiantado da hora, cheguei em tempo de entrar no gramado do Morumbi e me intrometer no meio da massa que ocupava quase todo o espaço disponível. Fiquei no centro do campo, diante do palco e com milhares de pessoas embevecidas pelo espetáculo que assistíamos desde o primeiro acorde. Emocionei-me de novo com Mick, Keith, Ron e Charlie. E fui surpreendido com algumas performances no palco, além da beleza de “She’s a rainbow” e o ineditismo de “All down the line”(ao menos nesta turnê). Assim como o Grêmio, os Stones sempre me surpreendem.
Na volta para casa, ainda entorpecido pelo som dos Stones, cruzei por um pipoqueiro na saída do estádio: “doce ou salgado?”, perguntou-me. Quero um grande com o sabor da alegria (e um pouco de ironia, por favor).

27 de fevereiro de 2016

Um típico jogo do Grêmio

Grêmio 4 x 2 Glória

Primeiro Tempo: 1 x 1

O Grêmio foi a campo com os 11 titulares do momento. Não os 11 titulares do Roger e nem os 11 titulares dos sonhos de bia parte da torcida.
Nos primeiros minutos se via um time apressado, quase afobado, como se quisesse resolver tudo no início. Roger até deu bronca em Luan quando este parou o jogo porque sentia uma pancada na cabeça.
A primeira boa chance foi aos 11 minutos. Cruzada de Everton, Douglas sofre um empurrão não marcado (surpresa?) e no rebote Giuliano chutou para defesa do zagueiro.
Aos 12:23 minutos Wallace Oliveira fez boa cruzada rasteira mas o goleiro salvou quando Luan e Everton chegavam para empurrar para dentro.
Aos 17 minutos Fred deu uma cabeçada muito forte no travessão do Glória.
O time vacariano chegou pela primeira vez aos 20 minutos com um chute de longe que passou por cima.
Giuliano fez bela jogada pela direita e mandou consciente à meia altura no canto, mas o goleiro adversário fez uma grande defesa. Eram 23 minutos.
E aí, quem não faz toma. Maicon tirou mal e deu no pé de um jogador adversário que não perdeu tempo. Deu uma bomba de fora da área no canto de Grohe. 1 x 0 para o time do interior. Primeira chance do adversário e gol. Este filme é antigo e muito chato.
Aos 35 minutos boa jogada de Luan para Wallace Oliveira que cruzou rasteiro mas a bola não encontrou ninguém.
O gol trouxe de volta o nervosismo e os passes errados apareceram aos montes. E com os passes errados as vaias da torcida.
Quando parecia que o primeiro tempo iria terminar com derrota, Geromel sofreu pênalti. Mas o gol não foi de pênalti porque o careca com nome de veado francês não deu. Mas na sequência da jogada Giuliano recebeu na cara do goleiro e teve o que o time não vinha tendo: calma, muita calma, para driblar o goleiro e só empurrar para o fundo da rede. Empate merecido.
.....

Um começo de jogo muito apressado e afobado. Como consequência, muitos passes errados.
O time se acalmou após os 15 minutos e com isto as chances passaram a surgir. Surgindo junto a enorme capacidade do time de perder gols.
E, como sempre, o adversário aproveita e faz gol na primeira e única chance que tem.
O empate foi justo porque o Grêmio não teve capacidade para converter as chances de gol que criou.


Segundo Tempo: 3 x 1

Roger não mexeu no time para o segundo tempo.
Aos 2:50 minutos a primeira chance. Cruzada na área que o goleiro deu rebote e o zagueiro mandou para escanteio. Na cobrança Marcelo Oliveira deu um toque de cabeça e Geromel, que na saída do primeiro tempo falou que o Grêmio iria passar por cima do Glória, enfiou o pé para empurrar a bola com raiva para o fundo da rede.
Luan fez fila aos 6 minutos e na frente do gol colocou no canto mas a bola saiu raspando a trave.
Douglas deu um chute forte de fora da área para grande defesa do goleiro aos 9:44 minutos.
Mais um grande ataque aos 11 minutos. M. Oliveira para Luan para Everton e bola na trave.
Aos 13 minutos Douglas fez grande jogada pela direita mas no cruzamento o zagueiro tirou de rosca e a bola foi para as mãos do goleiro.
O tricolor fazia um grande segundo tempo mas os gols perdidos traziam apreensão.
Aos 17 minutos Giuliano desperdiçou um contra-ataque chutando mal para fora quando havia 3 opções de passe.
Aos 26 minutos Everton fez bela jogada e bateu forte mas a bola passou perto do ângulo para fora.
Aos 27 minutos uma falta em Lincoln, que recém havia entrado, não foi marcada e no contra-ataque gol de empate. Mesma história de sempre.
Com o empate saiu Everton e entrou Bobô.
Aos 32 minutos mais um pênalti para o Grêmio não marcado. Bobô foi agarrado na área mas o ladrão deu falta contra o Grêmio.
Aos 37 minutos Grohe salvou o Grêmio. Aos 38 salvou de novo. E 30 segundos depois foi a vez de Kaio evitar a virada.
Fred bateu falta raspando a trave aos 40 minutos.
O empate do Glória e as substituições desmontaram o time e fizeram voltar a pressa e o medo. E o time do interior parecia mais perto de virar do que de sofrer o terceiro.
Mas então Henrique Almeida chegou em Porto Alegre. Pegou um rebote de fora da área e fez um golaço. Uma paulada indefensável. 
Aos 46 minutos uma jogada espetacular de ataque. Bobô para Luan para Henrique Almeida e o zagueiro salvou em cima da linha.
Mas ninguém salvou o chute de Luan no cantinho. Justiça no placar e no resultado. E terminou o jogo.

......

O que falar de um jogo destes? Tinha tudo para ser tranquilo mas virou um jogo épico? Pelos gols perdidos, pelos pênaltis não marcados e pelos gols tomados. Um na única chance do Glória no primeiro tempo. O outro depois de falta não marcada em Lincoln.
Quando a defesa é firme no jogo aéreo, os gols saem com chutes milagrosos.
O time começou afobado e melhorou. Se afobou de novo após tomar os dois gols. 
Mas importante: mostrou irresignação para buscar o resultado que precisava. Sem jogar bem os últimos minutos. Mas com garra.

_____

Como jogaram:

Marcelo Grohe: Olhou todo o primeiro tempo sem trabalhar. E levou o gol em chute indefensável. No segundo tempo fez 2 defesas espetaculares que evitaram a virada. Nota: 8 
Wallace Oliveira: Firme atrás e com boas cruzadas na frente. 
Nota: 7
Pedro Geromel: Joga muito. Estou sendo repetitivo, mas dizer o que mais? O melhor do time, pelo gol, pela atuação e pela indignação mostrada na saída para o intervalo. 
Nota: 10
Fred: Firme na defesa e aparecendo com perigo no ataque.
 Nota: 6 
Marcelo Oliveira: Atuação razoável mas não deu cobertura no segundo gol do Glória. Nota: 4 
Kaio: É uma grande promessa. Nota: 7 
Maicon: O primeiro tempo dele foi sua pior atuação no tricolor. Melhorou no segundo, Nota: 3
Douglas: Um mau primeiro tempo e um segundo tempo muito bom. Nota: 7 
Giuliano: Não vinha bem mas fez um gol com grande tranquilidade quando o time estava muito nervoso. Depois subiu de produção. Nota: 7
Everton: Um primeiro tempo apagado e um grande segundo tempo. 
Mas está errando muitos gols. Saiu pra entrar Henrique Almeida. Nota: 6
Luan: Podem jogar pipoca a vontade. Ele não liga. E continua jogando muito. Nota: 7
.....


Lincoln (Douglas): Entrou na pior hora mas ajudou na vitóriaNota: 6
Bobô (Everton): Ajudou o time a vencer com força. Sofreu pênalti não marcadoNota: 6
Henrique Almeida (Maicon): Um golaço e belas jogadas no pouco tempo em que jogouNota: 9

Roger: Ajeitou o time no intervalo. Nota: 7
__________

Arbitragem:
 Jean Pierre Lima - Este careca é uma piada.

ZH, fonte de informação?

A pipoca já foi fundamento para crítica ácida à Arena do Grêmio por parte do jornalista Diogo Olivier. Desde hoje, passamos a suspeitar que pipocas têm efeitos sobre a redação de ZH que só estudos psiquiátricos ou sobre a psicologia das cores podem explicar.

Ontem, como se sabe, um grupo de "entendidos" de futebol e psicologia esteve no CT do Grêmio para "botar uma pressão" no time, "fazer o time jogar". Como grandes "entendedores" do esporte bretão, jogaram pipocas no carro de Luan, o jogador que é apenas um dos melhores jogadores do futebol brasileiro, referência do time, um craque que está na mira dos grandes clubes europeus e dos ricos clubes chineses. Luan, o jogador que é caçado em campo em todos os jogos e nunca se achica. Aquilo foi ação de gente muito burra.

O que vemos hoje, também é ação de gente burra, distraída (?), mal intencionada (?) e, certamente, incompetente. Peguem o jornal Zero Hora deste sábado. Uma matéria trata do assunto das pipocas em página inteira. Porém, a ânsia da redação em repercutir o assunto e dar-lhe dimensão de crise, fez com que não saísse nada sobre o nosso jogo das 17 horas, na Arena, contra o Glória de Vacaria. Sabem o serviço do jogo, com as escalações dos times, horário, juiz etc? Nada. Nadinha. Zero. Só pipoca.

Depois, quando se diz que certas redações são comandadas por interesses que se distanciam da missão primeira do jornalismo que é informar, alguns saltam, xingam a torcida do Grêmio de paranóica e tentam fazer gracinhas. É redação parcial, sim. É redação mal dirigida. É redação entregue a interesses bem identificados. A torcida do Grêmio precisa ter isso sempre em mente, para não dar crédito para as "notícias" que recebem desse naipe de "jornalistas".

26 de fevereiro de 2016

A solução dos estúpidos retardados

Estúpido:
(latim stupidus-a-umespantadopasmadoimbecil)
Que ou o que tem grande dificuldade em compreenderjulgar ou discernir por falta de inteligência. = ALARVEESTULTOIMBECILNÉSCIOPARVOTOLO ≠ ESPERTOINTELIGENTE


Retardado:
(particípio de retardar)
Diz-se de ou pessoa que tem um desenvolvimento mental inferior ao que é considerado normal.


Eu não iria me manifestar, mas é impossível não deixar por escrito a opinião do blog e dos blogueiros sobre os acontecimentos de hoje.
Há tempos, quando o Grêmio perde duas ou mais partidas sempre aparecem nos comentários e nas redes sociais aqueles que tem a solução ideal:
 "O negócio é ir lá e dar uma coça nestes vadios."
"Tem que fazer como fazem os torcedores do Corinthians."
"Só na porrada eles vão começar a ganhar."
Sim. A torcida do Corinthians, que até já matou gente nos estádios e fora deles é referência para estes energúmenos.
Corinthians só ganha porque os caras apanham da torcida.
Está aí a solução para os problemas da humanidade: o sarrafo, o relho, o rabo de tatu.
O Cara não trabalha direito? Vai lá o chefe imediato e táca-le o sarrafo no lombo.
O relatório saiu ruim? Chama os colegas e familiares e iniciem o coro: "puto! puto! putooooooooooo!"
O café não está no ponto? "Heraldo veado! Heraldo veado!"
O móvel fico com defeito? "Ei Esaú! Vai tomá no cu! Ei Esaú! Vai tomá no cu!"
Certo que a partir deste dia o cara vai se encher de confiança, de amor aos chefes, colegas e familiares e vai se tornar o trabalhador nota 10. Vai amar tanto o emprego que nem vai querer reajuste de salário.
Está aí a solução que ninguém vê.
Pagar salários altos para os Tites da vida? Prestigiar um treinador emergente como o Roger? Entender que guris saindo da base tem apenas 18, 20 anos e oscilam pela falta de maturidade? Imagina! 

- Tem nada disto não chefia. É só metê o sarrafo que a gente fica campeão da América. Tá ligado?

E ninguém tinha pensado nisto.
Vai ver, estas genialidades só cabem em quem tem os genes da estupidez e do retardamento mental.
Continuem dando pau nos caras. Continuem dizendo para eles que ninguém joga nada.
Depois chorem quando eles saírem daqui e forem campeões em outras paragens:
Jonas
Douglas Costa
Fábio Santos
Edilson
Gilberto Silva
Alex Teles
Borges
Marcelo Moreno
Douglas
Alessandro
Diego Souza
Cássio
Carlos Eduardo
Zé Roberto
Dudu
Leo
Barcos
....

A lista é longa.


Avalanche Tricolor: a imagem não estava boa

Milton Jung


São Paulo-RS 3×2 Grêmio
Gaúcho – Aldo Dapuzzo/Rio Grande


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Everton tenta chegar ao ataque em foto do Grêmio/Lucas Uebe
 Já havia ao menos 12 minutos de bola rolando, em Rio Grande, e a televisão insistia em mostrar outro jogo. Não que o que eu via me desagradasse (aquilo-que-você-sabe-o-que-é), mas preferia muito mais assistir ao jogo do Grêmio, afinal paguei pra ver.

Quando as imagens de Rio Grande surgiram na tela da minha TV não duraram muito tempo.Um contra-ataque gremista congelou. E a responsabilidade não era da defesa adversária. Era na transmissão mesmo. Problema no sinal.

Em seguida, com jogo em andamento, para tudo (mais uma vez): entra comercial, sei lá o que estavam anunciando. Meu interesse era o jogo, mas tive de pacientemente assistir à toda propaganda.

Comercial feito, vamos para a bola rolando. Mais ou menos. Alguns ataques deixaram de ser destacados, porque o diretor de TV (aquele que escolhe as imagens que vão ao ar) preferia cortar para a cena dos torcedores, dos treinadores, reproduzir o lance anterior e outros salamaleques.

Insisti. Continue a assistir ao jogo, apesar da imagem precária devido a iluminação ruim do estádio Aldo Dapuzzo.

Fui até o fim e não gostei nada do que vi … dentro de campo (e neste caso a televisão não tinha nada a ver com isso).

25 de fevereiro de 2016

Soberba, amigão do peito e o tiozão querido

Soberba (não) é nem para quem pode

A soberba é um dos piores defeitos que se pode ter. Para um time então é quase sempre fatal. Grandes times, elencos espetaculares já caíram de quatro levados pela pretensão, pela sensação de superioridade, pela arrogância.
Quando o time é apenas bom, a soberba equivale a um suicídio programado.
O que se viu ontem no Aldo Dapuzzo levou a torcida da alegria por uma boa apresentação com vitória praticamente assegurada para a irritação extrema.
Embora o São Paulo seja um dos melhores times do campeonato, o jogo seguia tranquilo. Tranquilo até demais para o meu gosto. E tranquilo a ponto dos jogadores do Grêmio acharem que a vitória era só questão de tempo. Assim como para a grande maioria dos tuiteiros, diga-se a bem da verdade.
Então começaram as firulas na frente e as desatenções atrás.
E deu no que deu.
O time, que já havia entregado um gol em falha ridícula do goleiro, conseguiu levar um gol olímpico rasteiro. Inacreditável, mas tomou. O terceiro foi consequência do inesperado.
Até tomar o segundo gol a atuação podia ser considerada boa. Inclusive na defesa que, a exceção do frango, suportava bem os ataques do adversário. Fred foi bem e, sim, gostei do Marcelo Hermes. Wesley ia bem até tirar o pezinho para deixar a bola passar no escanteio.
Então o que era para ser uma noite alegre acabou, novamente, em um muro de lamentações.
De bom mesmo no jogo este menino Kaio. Tem grande futuro. É só parar de querer fazer gol de qualquer distância.
Lincoln também entrou bem.
Everton, de início de ano rutilante, deu uma travada.
E Henrique Almeida ainda não chegou.
De ruim a percepção de que Walace, primeiro, e  Maicon também, fazem muita falta na proteção da zaga. Edinho não consegue a mesma consistência.
Enquanto estes dois não voltarem vai ser complicado. Penso que a efetivação de Kaio e de Lincoln pode minorar o problema.

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Amigão do peito

O Grêmio pode ser acusado de tudo, menos de não ser amigo, amigão dos seus co-irmãos. Sempre que o time do aterro entra numa areia movediça e está se afogando na lama, lá vai o tricolor dar uma força para tirá-lo da enrascada.
Ontem não foi diferente.
A crise estava instalada no Remendão do Apagão Pataxó mas...
Pois é.
Claro que isto aumentou em alguns graus a irritação e impaciência da torcida. Com justa razão.
Que agora tratem de recuperar o estrago.
Se estão jogando esta bosta de campeonato dizendo que tem interesse, que tratem de ganhá-lo. Nada menos do que isto será aceito.

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O tio amigão

Embora a proximidade com alguns dirigentes do Grêmio, na grande maioria das vezes não temos infos privilegiadas.
Mas uma informação nós tínhamos: estava muito difícil de conseguir um vice de futebol.
Tenta um, tenta outro e a única disponibilidade que apareceu foi o Cesar Pacheco.
Não conheço o Pacheco pessoalmente.
Pelo que vejo nas entrevistas, ele tem a aparência daquele tiozão bonachão que gosta de brincar com os sobrinhos. Daqueles que fazem a alegria das festas em família. O cara que vai para a piscina com a gurizada enquanto os outros conversam e preparam o churrasco.
Pois um tio amigão não pode, não tem condições de ser vice de futebol de um clube do tamanho do Grêmio.
Jogador é matreiro, esperto e tudo o que ele quer é andar sem rédeas e sem ninguém falando duro no ouvido. E tudo que um tio amigão não faz é colocar freio e gritar com os sobrinhos.
Junta a isto uma inabilidade patética para entrevistas e temos um quadro tragicômico.
O quanto isto está se refletindo no desempenho da equipe não tenho a mínima condição de avaliar.
Mas que o Pacheco não deveria mais ser o vice de futebol e muito menos dar entrevistas eu não tenho dúvidas.

24 de fevereiro de 2016

Daniel Matador - Apagão inexplicável

"Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível."
Lei de Murphy

São Paulo-RS 3 x 2 Grêmio

Caros

O Grêmio necessitava de um renascimento após os péssimos resultados contra São José e Toluca. O primeiro fôlego veio na vitória simples, porém importante, frente ao Novo Hamburgo, no último domingo. E o tricolor mandou um time misto quase ao extremo sul do Estado para enfrentar o surpreendente São Paulo de Rio Grande, a fim de tentar progredir em sua retomada de vitórias e boas apresentações. O time do técnico Hélio Vieira somava os mesmo pontos da equipe gremista e vinha de quatro vitórias consecutivas. O Leão do Parque contava com praticamente sua força máxima. Seria um forte teste pra os comandados de Roger.

E, além de dar aquela mão no "sorteio" para o sci, o 9letto também ajuda a manter situações como a que foi vista no potreiro do Aldo Dapuzzo. A emissora responsável pela transmissão de TV, com a chancela do presidente da FGF, colocou um ANDAIME em frente à cabine da Grêmio Rádio Umbro, com o claro intuito de atrapalhar o trabalho da equipe que mais cresce em cobertura esportiva no FM. Pelo jeito, a rádio oficial do clube está incomodando muita gente.





1º Tempo

São Paulo-RS 1 x 1 Grêmio
 
Mal começou o jogo e Lincoln já arriscou um chute. Aos 11 minutos, boa jogada que resultou em cruzamento de Lincoln e chute de Kaio, por cima do travessão. Aos 15, Fernando Pinto dominou de peito após um cruzamento na área gremista, chutou e Geromel salvou. Neste momento, o São Paulo fazia uma blitz violenta. Aos 19, Luan tabelou com Lincoln, que fez grande passe para o próprio Luan, o qual emendou um chute que acertou o pé da trave.

No minuto seguinte, Geromel humilhou o adversário com um PANINHO, a bola sobrou para Everton, que deu um grande passe para Lincoln, o qual chutou e o goleiro salvou. Aos 29, Kaio recebeu bola de Luan e soltou um SAPATO que passou por cima. Aos 38, Luan recebia a bola em condições de avançar sozinho em direção ao gol, mas a arbitragem marcou um impedimento inexistente. Até que, quase aos 40, após um escanteio, Geromel dominou, girou e passou para trás. E aí Fred soltou o SARRAFO e abriu o placar para o tricolor! Só que, dois minutos depois, após uma confusão na área, Grohe não segurou, a bola espirrou e o São Paulo empatou o jogo. E aí não teve mais nada digno de nota, com o apitador encerrando o primeiro tempo.










2º Tempo

São Paulo-RS 2 x 1 Grêmio

Eram apenas 5 minutos quando Everton e Lincoln barbarizaram pela esquerda de ataque. Lincoln cruzou, a bola sobrou para Kaio, que cruzou para Luan. O garoto errou o chute, mas a bola sobrou para ele mesmo, que completou com muita calma para botar o tricolor novamente em vantagem no placar. Aos 12, grande cruzamento de Marcelo Hermes, que passou sem que ninguém aproveitasse, mas Luan conseguiu recuperar a bola ante que ela saísse pela linha de fundo do outro lado e cruzou novamente, também sem aproveitamento. Aos 15, Henrique Almeida saiu para a entrada de Bobô. Aos 19, Lincoln cobrou falta com muito perigo e Geromel cabeceou para fora. Aos 20, Abu meteu um voleio que explodiu na trave direita de Grohe.

Aos 26, outra jogadaça de Lincoln, que cruzou perigosamente mais uma vez. Até que, aos 30, após cobrança de escanteio de Abu, o São Paulo empata em um gol olímpico. E, mal o Grêmio tentava recuperar-se do susto do empate, o adversário emenda um chute de fora da área que desvia na zaga. Grohe volta para defender, porém a defesa ficou parada e permitiu o arremate de Alex Goiano, que virou em dois minutos um jogo que estava na mão do time gremista. E, aos 35, após revidar uma falta, Edinho levou cartão vermelho e desfalcou a equipe. Aos 42, quase que Bobô marca um gol parecido com aquele que havia marcado contra o Novo Hamburgo. Quase no fim, Jailson entrou no lugar de Kaio. Mas não tinha mais o que fazer e a partida encerrou assim.








Como jogaram

Grohe: falhou no primeiro gol do São Paulo. Teve culpa no segundo gol. Hoje não foi seu dia. Nota 4 (bem choradinho)
Wesley: fez o feijão com arroz. Foi razoável na defesa. Nota 5
Geromel: jogou demais, como é seu normal. Além disso, deu a assistência para o gol de Fred. Mas o desempenho coletivo da zaga também teve sua contribuição. Nota 6
Fred: já vinha jogando mais que seu antecessor Kadu. Com o gol, firma-se cada vez mais como o parceiro de Geromel. Mas, assim como Geromel, contribuiu para as falhas que resultaram nos gols do adversário. Nota 5
Marcelo Hermes: foi bem e não comprometeu, como já é praxe em suas participações. Mas também não foi brilhante (longe disso). Nota 5
Edinho: cumpria bem a função dupla de volante e mentor de Kaio. Até que perdeu a cabeça e fez uma criancice gigante, recebendo cartão vermelho. Nota 3
Kaio: entrou bem, apesar de parecer muito afoito no primeiro tempo para mostrar serviço. Mas não passou disso. Saiu para a entrada de Jailson. Nota 5
Luan: um dos melhores em campo. Movimentou-se e tentou jogadas por todos os lados. Fez o segundo gol. Nota 7
Lincoln: a bola sempre sai diferente de seus pés. Um dos destaques do time. Nota 7
Everton: deu até chapéu no marcador e participou da grande jogada do segundo gol. Nota 6
Henrique Almeida: muita vontade e participação, porém não fez o que o centroavante tem de fazer, que é gol. Ainda carece de adaptação ao time e ao sistema de jogo. Nota 4

Bobô: entrou no lugar de Henrique Almeida mas, assim como ele, também não fez muito. Nota 4
Jailson: entrou no lugar de Kaio, mas nem teve tempo para mostrar serviço. Sem nota

Roger: mexeu bem no intervalo, tanto que a postura mudou bastante e o time fez o segundo gol. Mas não tem o que fazer quando a equipe apaga e permite a virada em 2 minutos. Mas, assim como nas vitórias, nas derrotas também há a contribuição do técnico. Nota 5

Arbitragem: o apitador Daniel Bins, auxiliado por Antonio Albornoz e André Bitencourt, não chegaram a atrapalhar muito o jogo. Tiveram uma ou outra falha, mas o resultado não passou por eles.

Era o jogo para o Grêmio confirmar que os percalços haviam ficado para trás. Mas, mesmo após dominar e estar vencendo, o grupo permitiu uma impressionante virada em tempo recorde do adversário. Complicado até mesmo tentar explicar o que ocorreu. O time de Hélio Vieira não é bobo, tanto que está em uma posição destacada na classificação. Mas nada que justifique permitir uma reação como a que ocorreu. Este tipo de situação é inadmissível e tem de ser fortemente analisada para que não ocorra novamente. Mesmo porque não há sequer muito tempo para tal, visto que no próximo sábado já tem jogo novamente. Desta vez, contra o Glória, na Arena. Que os ventos mudem.

Saudações Imortais

O melhor do Brasil

Realmente o Grêmio está muito mal na foto.

A notícia original está aqui neste link.

Segundo levantamento da FIFA, Grêmio é considerado o melhor clube do Brasil

​O estudo levou em conta a trajetória dos clubes, os títulos conquistados, suas relevâncias, a situação atual em que se encontram, bem como a questão financeira e suas gestões. Apesar de um período sem títulos o clube gaúcho esteve nos últimos anos na maioria das vezes entre os 4 primeiros do campeonato brasileiro, e lidera o Ranking Nacional de Clubes (RNC) da CBF. Sem contar do equilíbrio financeiro em que o clube se encontra, após a gestão do presidente Romildo Bolzan, que no ano de 2015 quitou as principais dívidas do clube. O imortal gaúcho, inaugurou no ano de 2012 o seu novo estádio, uma arena multiuso com capacidade para mais de 50 mil pessoas, considerada uma das melhores do Brasil, única com selo padrão UEFA. O Grêmio possui 193 Títulos de Campeão, 163 Nacionais e 30 Internacionais, entre os principais estão 1 título mundial (1983), e um vice campeonato mundial (1995), 2 Libertadores da América (1983, 1995), 2 títulos brasileiros, 4 copas do Brasil, 1 Recopa Sul-americana, entre outros. Lista completa no site oficial do clube.


Confira a lista dos 10 brasileiros melhores colocados no levantamento:


1º Grêmio

2º Corinthians

3º Palmeiras

4º São Paulo

5º Cruzeiro

6º Atlético Mineiro

7º Flamengo

8º Fluminense

9º Internacional

10º Santos

23 de fevereiro de 2016

Esquizofrenia


Não existe nada pior no mundo do que ler comentários de leitores na internet. Não importa o assunto: futebol, polícia, política, BBB, qualquer coisa.
Eu escrevi que não há nada pior? Há sim. Pior que ler comentários é ter a obrigação de mediá-los. Para mediar comentários não tem como não lê-los.
Há muito tempo não leio comentários afora os que tenho de ler no blog. E confesso, muitas vezes dá vontade de largar tudo de mão.
Não por causa de críticas que são feitas aos blogueiros e que muitas vezes são pertinentes e bem feitas. Mas pela percepção de que a sociedade está doente. Frustrações econômicas, sentimentais, profissionais, amorosas, sexuais, políticas levam a odiar tudo e todos e a buscar compensações nos outros.
Esta doença mais o anonimato conferido por nicks e e-mails falsos tira todas as travas mínimas que um ser civilizado deveria utilizar. E os comentários são reflexos desta situação.
No caso do Grêmio, poucas críticas são ponderadas e muito menos pensadas antes de emitidas. Quem lê os comentários chega à conclusão de que o pior time sobre a face da terra é o tricolor. Ele é o único time grande do Brasil e do mundo que está perdendo jogos e jogando mal. Os outros todos navegam sobre águas de vitórias e grandes atuações toda a quarta-feira e todo o domingo.
Todos menos o Grêmio.
Uma derrota feia, feia sim, serve para decretar todas as certezas:

  1. ninguém joga nada.
  2. jogadores não tem interesse em ganhar.
  3. direção é omissa e incompetente.
  4. o ano terminou em fevereiro.
  5. vaiar e bater nos jogadores é a solução.
Ontem um ex-dirigente vitorioso, travestido de comentarista decretou que "Henrique Almeida não joga uma perna do Bobô." Deixa quieto e não dê importância que este foi o primeiro, PRIMEIRO jogo do cara com a camisa do Grêmio. Conceda o direito deste ex-dirigente ter a opinião que quiser sobre qualquer jogador. Por que não? Ah, mas este ex-dirigente implorou que a direção contratasse o Henrique Almeida durante todo o mês de janeiro. Mas heim? Sério? Sério. Seríssimo.
Então? Como trabalhar em meio a esta esquizofrenia?
Certo que o primeiro comentário vai ser de um idiota dizendo que pregamos o apoio incondicional. Antes de comentar esta bobagem, sugiro reler e ver onde isto está escrito.
O que eu proponho? Apoio durante os jogos e vaias ao final se a coisa não for bem. Serenidade para perceber que, se não temos o melhor elenco do Brasil, e não temos, estamos longe de ter um elenco fraco. E tempo para os caras trabalharem. Ler arigós pregando a saída do Roger agora é demais. Quem sabe o Juarez Roth agrade a estes queridos?
Outros querem que sejam escalados 11 jogadores da base. Mostrem um time que foi campeão sem ter cascudos mesclados com guris que eu me convenço. 
Caíram de pau no Milton Jung por ele ter escrito que é início de temporada. E não é?
Não idiota, não estou dizendo que a culpa dos anos sem título é da torcida. Não gasta teu tempo comentando isto. O que quero dizer é que desespero e ataques com metralhadora giratória não ajudam em nada. Ou melhor, ajudam o elemento ao dizer lá na frente que já tinha avisado. Que sabia que seria mais um ano sem vitória. Que blá blá blá. 
Se esquizofrenia é uma doença triste e complicada, esquizofrenia com medo de enfrentar a vida é ainda pior. E gremista cagão é tudo que não precisamos.

22 de fevereiro de 2016

Avalanche Tricolor: o mais importante era a vitória

Por Milton Jung

Grêmio 1×0 Novo Hamburgo
Gaúcho – Arena Grêmio


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Bobô comemora gol da vitória   Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
 
“O mais importante era a vitória”, foi o que disse Bobô ao fim da partida. Concordo com ele.

Sei que vencer é sempre importante. Desta vez, porém, os três pontos valiam muito mais. Diante da maratona que o Grêmio tem de enfrentar nestes primeiros meses do ano, é preciso manter todos os adversários ao nosso alcance. Não podemos permitir que alguém se desgarre ou a pressão dos que vêm de baixo exija esforço extra. Conseguimos isso ao chegarmos na quinta rodada do Campeonato Gaúcho somente a três pontos do líder e com gente metida a grande atrás de nós.

A vitória também era o mais importante, neste fim de tarde de domingo, porque somente esta seria capaz de controlar os intolerantes, uma turma incapaz de perceber que time de futebol não se contrói do dia para a noite. Especialmente um time que pretende impor uma forma de jogar diferente da maioria dos demais clubes brasileiros. O futebol qualificado, de toque de bola veloz e eficiente, com aproximação e tomada de espaço, além de marcação precisa, exige ajuste fino por parte do técnico e muito treino e boa condição física por parte do elenco. Isso não se alcança logo no início da temporada.

Tenho a impressão de que alguns torcedores têm a necessidade de encontrar um herói para a sua vida, buscam o salvador da pátria, aquele capaz de resolver todos os problemas do time dentro de campo e todas as suas frustrações fora do futebol. Agindo assim, nos transformamos em máquina de moer talentos. O herói de um jogo vira anti-herói no seguinte. E se o time não funciona, este é bode expiatório, vaiado e injustiçado, como chegamos a assistir na partida de hoje.

Sair de campo vencedor também foi importante para o autor da frase que abre esta Avalanche. Bobô terminou a temporada passada sem convencer, mesmo diante de seu esforço e alguns poucos gols. A chegada de novos atacantes deixou-o em segundo plano, para muitos até fora dos planos. Já ao entrar no lugar de Henrique Almeida, aos 10 minutos do segundo tempo, em vez de o coadjuvante das partidas anteriores transformou-se em protagonista. Apareceu três vezes seguidas em frente ao gol adversário, duas delas impedido de seguir as jogadas por irregularidades sinalizadas pelo árbitro, e a terceira para garantir a vitória. Será muito bom se sempre pudermos contar com o Bobô que assistimos em campo hoje.

Os três pontos ainda valiam a tranquilidade para Roger trabalhar com seu grupo, adaptar os novos atacantes, ter tempo para acertar a dupla de zaga e testar alternativas na equipe, mesclando jogadores titulares e reservas, conforme a conveniência. Sem a vitória, teríamos de arriscar o planejamento e expor alguns dos principais talentos da equipe a uma sequência perigosa de jogos.

Se já não fossem motivos suficientes todos os relacionados nesta Avalanche, a vitória marcou o 50º jogo de Roger como técnico do Grêmio, que chegou até aqui com 62% de aproveitamento, 27 vitórias, 12 empates e 11 derrotas. Mais do que esses números todos: Roger foi o responsável pela transformação que o futebol gremista sofreu do ano passado para cá. Por tudo que tem feito ao Grêmio, ele merecia esses três pontos, neste momento.

“O mais importante era a vitória”, sim, e tudo mais que esta representava para Roger, para o time, para Bobô e para todos nós que torcemos pelo Grêmio.

21 de fevereiro de 2016

Um objetivo atingido

Grêmio 1 x 0 Novo Hamburgo

Primeiro Tempo: 0 x 0

Aos 3 minutos Everton e Marcelo Oliveira fizeram bela jogada pela esquerda e Luan chutou na trave. Foi a primeira boa jogada do tricolor.
Henrique Almeida era a novidade no lugar de Maicon machucado. Giuliano iniciou mais recuado.
Aos 6 minutos Luan estava fazendo um golaço mas Henrique Almeida salvou espetacularmente.
Aos 8:46 foi o zagueiro que salvou chance de gol em chute de Luan após bela jogada de Wallace Oliveira.
Everton se livrou do zagueiro mas bateu muito pelo lado aos 13 minutos.
Marcelo Grohe fez uma defesa espetacular para escanteio em chute fortíssimo da entrada da área aos 18 minutos. Foi a primeira chegada do time anilado que jogava de rosinha.
Depois de um começo bom o Grêmio começou a dar espaço e deixar o Novo Hamburgo jogar.
Depois de um longo período o tricolor atacou com perigo aos 27 minutos. Bela jogada de Douglas mas ninguém aproveitou o cruzamento.
Outro bom ataque acabou em gol do Henrique Almeida mas ele estava mais de um metro impedido e o juiz anulou.
Everton fez grande jogada aos 35 minutos e bateu por cobertura. O goleiro espalmou para escanteio.
Aos 37 minutos um lance muito esquisito. O bandeira deu impedimento do ataque do Novo Hamburgo, Everton parou, o juiz não deu e quase gol. A bola saiu perto para fora.
Wallace Oliveira chutou para fora aos 40 minutos.
Aos 43 minutos Fred cabeceou após escanteio mas a bola saiu por cima.
Everton fez outra grande jogada mas ninguém apareceu para aproveitar o cruzamento rasteiro na pequena área.
E o primeiro tempo terminou com Geromel perdendo na cabeça e Grohe salvando um gol.

.....

Um bom começo e os 30 minutos finais irritantes.
Algumas chances mais pela capacidade individual dos jogadores do que por jogadas combinadas.
E a velha falta de capacidade de fazer gol presente.

Segundo Tempo: 1 x 0

O mesmo time voltou para o segundo tempo.
Aos 5 minutos falta em Luan na entrada da área que o juizão não deu.
Com 10 minutos Roger apareceu conversando com Bobô na beira do gramado. E logo ele entrou no lugar de Henrique Almeida, de fraca atuação, ainda sem ritmo e sem conhecer a movimentação dos colegas.
Aos 13 minutos o bandeira inventou um impedimento de Bobô e na sequência Fred salvou ataque perigoso dos adversários.
Douglas dava nojo de tanto passe que errava. E Roger resolveu por o Fernandinho no lugar dele. Vai entender estes treinadores.
O jogo estava encardido até que houve uma falta na intermediária. Luan bateu e Bobô na marca do pênalti deu uma casquinha que desviou do goleiro. Eram 23 minutos do segundo tempo. 1 x 0. Este tipo de gol era comum no Grêmio até 4 anos atrás depois sumiram.
Aos 28 minutos Fernandinho, de frente para gol, deu um chute ridículo quase para a lateral.
Aos 33 minutos Kaio entrou no lugar de Luan.
Um minuto depois Fernandinho quase marcou. A zaga rebateu para escanteio.
Aos 36 minutos uma jogada muito duvidosa sobre Fernandinho quando ele invadia a área, mas o juiz nada marcou.
Everton entrou área adentro e deu uma pancada de dentro da área chutou uma pancada que bateu no goleiro e ia saindo quando Fernandinho entrou desequilibrado e bateu para fora quase do risco do gol. Na origem, pifada de Bobô para Everton. 
Aos 44 minutos Giuliano deu grande passe para Kaio que na frente do gol bateu para defesa do goleiro. 

......

Era o jogo da recuperação após duas derrotas com atuações más.
A atuação não chegou a ser boa, com exceção do início do jogo e de alguns momentos no segundo tempo. Mas a vitória, principal objetivo, foi atingida.
Tem de treinar muito para restabelecer a mecânica de jogo do ano passado e a confiança do time e da torcida.

_____

Como jogaram:

Marcelo Grohe: Uma bela defesa no primeiro tempo. Nenhum trabalho no segundo tempo. Nota: 7 
Wallace Oliveira: Sua melhor partida pelo Grêmio até agora.. 
Nota: 6
Pedro Geromel: Uma falha no primeiro tempo. A firmeza de sempre no segundo tempo. 
Nota: 6
Fred: Atuação segura.
 Nota: 
Marcelo Oliveira: Mais plantado não deu chance para ninguém se criar pela esquerda. Nota: 6 
Edinho: Boa atuação como volante recuado. Nota: 6 
Giuliano: Mais recuado rendeu bem. Nota: 6
Douglas: O de sempre, sem pifar ninguém desta vez. Nota: 2 
Luan: Não repete suas atuações do ano passado. 
Nota: 6
Everton: O melhor do ataque. 
Nota: 8

Henrique Almeida: Um primeiro tempo em que sua melhor participação foi salvar para o Novo Hamburgo um gol que Luan estava fazendo. Saiu no início do segundo tempo. Nota: 4
.....


Bobô (Henrique Almeida): Fez um gol de oportunismo. Pifou Everton que desperdiçou. Garantiu os três pontos. Nota: 8
Fernandinho (Douglas): Entrou muito interessado e fez boas jogadas pela esquerdaNota: 7
Kaio (Luan): Entrou para segurar e fez bem seu papel. Nota: 6

Roger: Faz umas substituições meio esquisitas mas acertou com Bobô. Nota: 7
__________

Arbitragem:
 Daniel Aloysius Soder - Inverteu algumas faltas e não deu uma falta sobre Fernandinho na entrada da área.

19 de fevereiro de 2016

Mais curta que coice de porco

Pois eu vou fazer uma previsão diante do que se viu quarta-feira e após a manifestação do Presidente Romildo Bolzan na chegada a Porto Alegre:

O Grêmio não passará da primeira fase da Libertadores da América.

Razões:

  1. Eu falei dos efeitos da altitude mas pensei que poderia ser enfrentada pelo menos contra o Toluca, que é um time pior e com altitude menor. Não foi.
  2. O presidente falou que "houve situações constrangedoras de desempenho". E pôs na conta da altitude.
  3. Quito é mais alto e, portanto, o Grêmio perderá para a LDU.
  4. O Grêmio não fará os 9 pontos em casa.
Conclusão: Esta Libertadores terminou para o tricolor antes de começar. Agora, portanto, foco nos outros títulos que este já saiu do alcance.

18 de fevereiro de 2016

Avalanche Tricolor: um sonho mal sonhado

Por Milton Jung


Toluca 2 x 0 Grêmio
Libertadores – Nemésio Diez/Toluca (MEX)


Grêmio_Bandeira_Fotor

O desafio era enorme para o time que começa a temporada tendo de acelerar o ritmo pois tem de cara sua principal competição. Pois tinha a obrigação de fazê-lo a 2,6 mil metros de altura, o que sempre gera transtornos e trapalhadas. Para o torcedor que ficou aqui no Brasil, como eu, acrescente-se o fato de a partida ser de madrugada. Assistir ao jogo, independentemente do resultado, seria um sacrifício com preço a ser cobrado no dia seguinte, durante o expediente de trabalho.

Surpreendeu-me, porém, ao ver a bola deslizando no gramado de pé em pé e com movimentação tão intensa de nossos jogadores. Intensidade e velocidade não só rimavam como combinavam em campo. 

Ao adversário, empurrado pela torcida e animado pelos pulmões bem acostumados às alturas, restava pouco espaço. Seus atacantes não tinham liberdade para jogar. Os cruzamentos na área eram cortados na origem da jogada, por nossos laterais  sempre bem posicionados. Se por ventura a bola fosse alçada em direção ao nosso gol, contávamos com dois zagueiros saltando no tempo certo, despachando-a para longe, muitas vezes oferecendo a oportunidade do contra-ataque.

E lá na frente, aqueles meninos correndo de um lado para o outro, sempre em posição para o chute final proporcionado pelos passes que chegavam redondo dos pés dos meio-campistas. O gol era iminente; a vitória, uma certeza. 

Diante deste cenário, um relâmpago fora de hora estourou na madrugada paulistana, aqui perto de casa. Eu acordei desorientado, olhei para a TV e o jogo já havia se encerrado. Peguei o celular para conferir o APP do Grêmio que já anunciava a derrota na estreia da Libertadores.

Tudo não havia passado de um sonho mal sonhado. E nos meus sonhos, assistia ao Grêmio que Roger nos ensinou a admirar, em 2015. Que, queira ele, queiram os jogadores e queiramos nós, voltará a campo o mais breve possível.

Para meu consolo: um sonho mal sonhado está muito distante de um pesadelo.

Um fiasco para a história

Toluca 2 x 0 Grêmio

Como em todo o início de Libertadores, a torcida tricolor em chamas desde a manhã. E os secadores de prontidão.
O Grêmio sem novidades, afora Fred assumindo a titularidade.

Primeiro Tempo: 0 x 0 

O tricolor começou marcando alto mas errando muitos passes, especialmente Douglas
O Grêmio não acertava passes, mas controlava bem os ataques tolucanos.
com 10 minutos de jogo nenhuma jogada perigosa aconteceu.
Aos 13 minutos Luan levou uma cacetada e o juizinho mostrou qual a dele. Não marcou.
O primeiro lance de maior perigo foi dos mexicanos. Aos 14 minutos cruzamento da direita achou o atacante no meio mas o chute foi alto.
Aos 16 minutos falta para o Imortal. Douglas levantou e Fred cabeceou fraco para defesa do goleiro. Na sequência jogada perigosa para o Toluca desperdiçada.
Um minuto depois a primeira chegada boa do Grêmio. Everton bateu forte da entrada da área mas a bola subiu demais.
Aos 27 minutos Douglas fez uma jogada espetacular e deu um presente para Everton que, na cara gol, bateu cruzado para fora. Um gol feito perdido.
O Toluca teve uma cabeçada perigosa aos 32 minutos mas a bola foi para fora.
Maicon deu uma sapatada de fora da área e o goleiro rebateu para escanteio aos 34 minutos.
Aos 35 minutos Douglas levou uma bocha de um jogador do Toluca para acordar. O juiz expulsou o mexicano e deu amarelo para o jogador do Grêmio. Corretamente, aliás.
Logo depois o juiz não deu uma falta escandalosa no Maicon e deu uma que não foi e cartão amarelo para o Wallace Oliveira. Parecia preparar uma compensação.
A expulsão teve efeito contrário. O time mexicano passou a pressionar.
Quase no final do primeiro tempo Grohe fez uma bela defesa impedindo o gol.
Logo depois terminou o primeiro tempo.

.....

Não foi uma atuação empolgante do Imortal.

Não foi nem mesmo uma boa atuação.
Se o time não sofreu pressão muito forte atrás, também pouco fez na frente.
Teve a bola do jogo mas Everton bateu para fora.
A zaga foi bem. 
Mas o ataque, especialmente Luan e Giuliano foram mal. 

Segundo Tempo: 2 x 0

Certo que era 1:15 da manhã, mas não justifica o time voltar dormindo para o segundo tempo. Mas foi o que aconteceu. Uma cruzada para a área aos 45 segundos ninguém pulou e 1 x 0 para os mexicanos. Três zagueiros deixaram o cara cabecear sozinho.
Com o gol o Grêmio se atordoou e passou a ser dominado. E quase levou o segundo em lances perigosos nos primeiros 10 minutos.
Grohe salvou um gol feito aos 11 minutos quando o atacante entrou cara a cara.
Roger também parecia atordoado e mostrou isto ao demorar para mexer e, principalmente por mexer errado. Colocou Fernandinho no lugar de Giuliano.
Vinte minutos de jogo e o tricolor completamente perdido e atordoado em campo, com um a mais.
Aos 21 minutos o atacante do time mexicano mais uma vez cabeceou fácil na área do Grêmio mas por sorte a bola foi para fora.
Luan, que fez péssima partida, saiu para a entrada de Henrique Almeida.
Aos 31 minutos o juizão deu pênalti do Geromel. Na cobrança 2 x 0.
Depois de perdido Roger colocou Lincoln no lugar de Douglas.
O jogo foi se arrastando com erros e mais erros do time.
Atuação tão ruim que não deu para registrar uma única, uma mísera jogada de ataque razoável que fosse, do tricolor.

......

Um primeiro tempo razoável e um segundo tempo abaixo de ridículo.
Nem a altitude serve de desculpa para um jogo tão ruim. Tomar uma saranda de um time com um a menos não tem desculpa e muito menos explicação.
Que Roger e sua equipe se reúnam e avaliem o que estão fazendo.
Tem tempo ainda. Foi o primeiro jogo. A derrota em si, não é um desastre. A forma que ocorreu, especialmente pelo segundo tempo, sim. Um vexame.
Se não voltar a jogar do jeito que jogou no ano passado. Se não tiver uma atitude de quem quer ganhar, vai andar por esta Libertadores como um fantasma inexpressivo e fadado ao fracasso completo.
_____

Como jogaram:

Marcelo Grohe: Pouco trabalho no primeiro tempo. Não teve culpa nos gols. Nota: 5  
Wallace Oliveira: Fez o trivial, próprio de quem estava há muito tempo parado. 
Nota: 5
Pedro Geromel: Belo primeiro tempo, espanando tudo. No segundo tempo entrou na ruindade do time. 
Nota: 3
Fred: Um primeiro tempo seguro. Falhou no gol.
 Nota: 
Marcelo Oliveira: Quase não subiu o que fez com que desse menos espaços atrás. Nota: 4 
Edinho: Quase não apareceu no primeiro tempo. E nem no segundo. Nota: 4 
Maicon: Um primeiro tempo razoável. Um segundo tempo vergonhoso. Nota: 3
Giuliano: Um dos mais apagados do primeiro tempo. E continuou muito mal no segundo tempo até ser substituído. 
Nota: 2
Douglas: Erra, erra e erra mas de repente dá uma bola açucarada. Fez a única jogada decente do time. Nota: 5 
Luan: Mau primeiro tempo. Muito confuso. E um segundo tempo ainda pior. 
Nota: 1
Everton: Errou um gol feito no primeiro tempo. E sumiu no segundo. 
Nota: 3
.....


Fernandinho (Giuliano): ÉNota: 2
Henrique Almeida (Luan): ÉNota: 2
Lincoln (Douglas): Pois éNota: 3

Roger: O pior do time. Nota: zero.
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Arbitragem:
 Gary Vargas Carreño - nenhuma culpa no fiasco.