15 de fevereiro de 2016

Hulk, time, altitude e sutiã

Hulk é verde e não azul

Está certo que os anos sem título causam ansiedade. Está certo, também que a situação política e econômica do Brasil causa frustração e preocupação de quase todos com o futuro imediato. Sabe-se o que isto causa no emocional das pessoas. Mas mesmo assim fica difícil de entender a raiva, o ódio e a descrença que apareceram em boa parte dos comentários após a derrota para o São José. As reações foram muito acima do aceitável e do tolerável.
O time jogou mal? Jogou, especialmente o segundo tempo.
Não ganhou por isto? Não só. Não ganhou porque enjoou de perder gol e teve contra si o goleiro adversário em um dia de glória.
E por que perdeu tanto gol? Na minha opinião por duas razões. Uma, já conhecida, é a dificuldade que o ataque mostra às vezes para marcar. A segunda é porque nitidamente os jogadores estavam com o freio de mão puxado. A viagem próxima e as três lesões de jogadores nos jogos anteriores pesam sim no subconsciente. Aí levou um e complicou tudo.
Só quero lembrar aos esquecidos a aos não nascidos que a despedida para Tókio, quando o Grêmio ganhou o mundial, foi com derrota de 1 x 0 no Olímpico para o Novo Hamburgo.
Então, um pouco menos de ignorância e de terra arrasada seria muito bom. Especialmente para o fígado destes que vão do céu para o inferno em 90 minutos.


O  time

O Grêmio desencaixou no jogo de domingo e mesmo nas melhores partidas ainda não tem a intensidade e o controle de bola que mostrou nos melhores momentos de 2015.
Há várias razões para isto, além de ser início de temporada.
Wallace Oliveira, que mostrou ser bom, tem de passar pelo inevitável período de re-adaptação ao futebol brasileiro. Isto acontece com todos os que voltam do exterior. Kadu é inferior a Erazo. E, talvez por conta das críticas, está inseguro e passa isto para os colegas. A defesa, portanto, precisa de ajuste. E logo. Seria bom iniciar com Fred ou mesmo Bressan, que se não é nenhum craque, estreou ainda menino em jogo de Libertadores e não comprometeu. E tem Marcelo Oliveira que está dando razão aos seus críticos. Se ele tem algum problema físico Marcelo Hermes poderia entrar. Também não é craque mas tem mostrado que é um jogador útil.
Uma questão que deve ser pensada é no quanto a defesa está fazendo água por estar mais desprotegida.
Walace faz uma tremenda falta no meio de campo. Não apenas defensivamente mas principalmente na articulação da primeira bola que fazia com Maicon. Os dois eram os responsáveis pela posse de bola e pelo ritmo de jogo. E estavam suficientemente entrosados para não permitirem contra-ataques de atacante contra zagueiro. Pelo menos não com a frequência que se vê agora. Ramiro, que era o coringa dos dois também está fora. Então, quando os atacantes perdem a bola na intermediária, o desarranjo da dupla defensiva permite que o adversário crie contra-ataques perigosos.
Qual a solução? Penso que pelo menos neste momento de insegurança haja um pouco menos de aceleração do jogo ou de busca de passes de efeito. Um futebol um pouco mais tramado e mais feijão com arroz poderia ser eficaz para deixar a defesa menos vezes em apuro.
A troca de Pedro Rocha por Giuliano já vai fazer diferença. E Douglas poderia ser sacado em detrimento de Lincoln enquanto Miller não entra. Mas não acredito que Roger ponha o menino na fogueira nesta quarta-feira.
Não sei quase nada sobre o Toluca. Sei que o jogo é na altitude. Aí...


A altitude, esta desculpa esfarrapada

Eu faço exercício pelo menos 5 dias por semana. Luto, faço musculação e corro. Em corrida faço de 10 a 11,5 km em uma hora, dependendo da quantidade de combustível no dia anterior.
Por que estou falando isto? Para mostrar que não enquadro na categoria sedentário.
Pois ano passado fui a Bogotá. No primeiro dia não senti nada. No segundo passei por um certo desconforto e no terceiro dia, no terceiro dia a cabeça parecia um balão inflado, embora não sentisse maiores diferenças na respiração.
Isto até que eu precisei correr menos de 50 metros, sim 50 metros, para fugir de uma chuva. Rapaz! Quando eu cheguei no lugar protegido parecia que meus pulmões estavam bloqueados. Não conseguia respirar, por ar para dentro. E levei bem uns 5 minutos para restabelecer a respiração normal.
Portanto, aqueles que dizem que altitude não tem importância deveriam passar por uma experiência destas para deixar de falar bobagem.
Dizem que o terceiro dia é o pior. Provavelmente sim.
E certo fez o Grêmio chegando 4 dias antes do jogo. Vai conseguir diminuir os efeitos da altitude, mas não vai conseguir eliminá-los.
Deverá jogar com inteligência, fazendo a bola correr mais do que os jogadores. E muito menos se expor a contra-ataques que liquidam com as energias de quem tem de correr atrás.
Não. Eu não estrou propondo que entrem para empatar. Proponho apenas que sejam inteligentes. Tenham mais posse de bola para correr menos. E avancem em bloco compactado e, se possível, que não percam as chances que aparecerem.
Se no final vier um empate, muito que bem. Mas o Roger sabe que quem joga para empatar tem muito mais chance de perder.


Enquanto isto... o sutiã

O nosso rival empatou com o Aimoré e Argéu deu mais uma de suas entrevistas antológicas. Comparou o desempenho dele este ano com o de Aguirre o ano passado e mostrou, uma vez mais, que morre de inveja do Roger.
Mas o que marcou mesmo o jogo foi o novo componente do uniforme mazembado. Na falta de futebol por que não investir na moda?


Não ficou uma gracinha?