30 de novembro de 2016

Ah: Moleque! pequeno GRANDE Time



Dói. No dia de hoje agonizamos sob o grito abafado da pior conformação que a dor pode assumir , que grita nossa alma, mas é prontamente dissuadida pelo corpo de fazê-lo: a angústia psicológica. Poucas semanas atrás o Algoz me pedia para que eu escrevesse um texto relacionado a final da Copa do Brasil e ao possível título que o Grêmio está para conquistar. Fui incapaz. Fato é que, assim como para todo grande artista, é requerida inspiração. Arte consiste em selecionar e ordenar peças para que formem um todo. Assim é a música que organiza suas notas em arranjos, a pintura que escolhe as tintas para que ilustrem uma tela, a escultura que talha a pedra e remodela sua forma, a escrita que agrupa as palavras em excertos e tantas outras manifestações artísticas, todas intencionando expressar o que sente o artífice e deleitar o “paladar” de seus apreciadores.

No meu caso escrever exige uma “Energia de ativação” para que a “reação” ocorra, uma ação para que se desencadeie reação. Hoje, percebi que o sofrimento é combustível muita mais eficaz que a euforia. Talvez porque o sofrimento nos obrigue a buscar soluções e explicações, nos exigindo que pensemos, enquanto a euforia nos tira o foco, distrai, as vezes cega. A inspiração com a qual vos escrevo hoje não é fruto da tristeza ou da euforia apenas, mas do “mecenato” de ambas. Nietzche disse e eu repito: “Quem sabe respirar o ar de meus escritos sabe que é um ar das alturas, um ar forte. É preciso ser feito para ele senão há o perigo nada pequeno de se resfriar”.

Quando grandes tragédias acontecem desperta-nos um sentimento de empatia. Nos comovemos, choramos e sofremos junto com aqueles que estão no epicentro da desgraça, no entanto parece que a sensação é diferente quando os envolvidos possuem fama. Quando uma celebridade morre é como se nos sentíssemos ainda mais envolvidos, ainda mais próximos, penso que talvez o fato de que a televisão trás aqueles que a protagonizam para dentro das nossas casas seja a explicação. A verdade é que os vemos como gigantes, deuses. Por muitas vezes olhamos para os famosos de baixo para cima, como se sua fama lhes desse poderes, como se fossem perfeitos, eternos, exemplos a se seguir, imunes as mazelas da vida. Nossa mente demora a entender que somos todos de carne e osso, somos tudo e nada... Ao mesmo tempo. Enquanto vivemos no ar rarefeito da euforia sentimos nossa grandeza, sentimo-nos confiantes, esquecemos daquilo que talvez seja o mais importante: os detalhes; ao passo que quando ocorrem as catástrofes lembra-nos rapidamente de nossa pequenez, da importância das coisas menores e quem sabe essa seja a grande lição do dia de hoje. No momento em que somos abruptamente jogados em meio a um turbilhão encontramos forças que nem sabíamos que tínhamos e nos obrigamos a sair da inércia. Aqueles que não enfrentam revezes, que não são derrubados pela vida, são incapazes de lidar com problemas, se tornam fracos, medrosos, pequenos.

Rebaixamentos, derrotas vexatórias, palavras mal ditas, até mesmo as grandes tragédias, são nesses momentos que os destinados à glória mostram sua força e se destacam. Fraco é aquele que acredita que grandeza pode se comprar em qualquer loja.
A grande verdade é que quase sempre as crises e oportunidades vão surgir em momentos que julgamos não estar prontos para administra-las, e aí vem o grande segredo do mundo: Nós nunca sabemos quando estamos prontos.

Hoje todos os times são um só.

#FORÇACHAPE

Dizem que a Chape é pequena. Talvez seu orçamento ainda seja, mas tenha certeza que em 2016 equipe alguma será maior que esta.

29 de novembro de 2016

#ForçaChape

A torcida gremista chora junto e se solidariza ao clube Associação Chapecoense de Futebol, familiares e torcedores pela perda trágica e irreparável acontecida nesta madrugada.
Pedimos a Deus que conforte e dê forças a todos.

                                                      #ForçaChape







27 de novembro de 2016

A goleada que desestruturou a Grêmio Rádio Umbro

Santa Cruz 5 x 1 Grêmio


Primeiro Tempo: 0 x 0

O jogo começa com o Palmeiras campeão brasileiro e com uma vergonha protagonizada por um timinho do sudeste em um certo chiqueiro. Nada que assuste.
O Santa chutou a primeira bola a gol aos 7 minutos. Muito alta e sem perigo. Meio minuto depois uma grande defesa de Léo salvando o gol. No rebote Thyere mandou para a frente quando o atacante santacruzino ia concluir.
O Grêmio não conseguia atacar. Mas aos 11 minutos Negueba fez grande jogada e deixou Henrique Almeida na cara do gol. Ele bateu forte mas o goleiro fez um milagre. Na cobrança de escanteio Negueba deu para Henrique Almeida mandar para dentro. Gol legalíssimo, mas o bandeira ladrão anulou. Roubam do Grêmio até quando não vale nada.
O jogo do Imortal esquentava, mas a rádio aquela entrevistava o treinador que já foi rebaixado da B para a C e agora está sendo rebaixado da A para a B. Normal. E somos paranoicos.
Aos 19 minutos Pedro Rocha bateu forte da esquerda para boa defesa do goleiro.
Aos 22 minutos Negueba perdeu um gol em cobrança de escanteio. Bateu muito embaixo e mandou alto.
O tricolor jogava melhor mas aos 28 minutos quase levou um gol em contra-ataque perigoso. A bola saiu rasteira rente ao gol.
Aos 32 minutos quase gol dos recifelinos. Léo fez outra grande defesa mandando para escanteio.
aos 38 minutos outra jogada perigosa do time adversário.
Após os 30 minutos o tricolor passou a erra muitos passes e a proporcionar contra-ataques perigosos em sequência.
Aos 46 minutos boa jogada de Negueba mas Henrique Almeida não conseguiu concluir.
E foi isto.
.....

Time começou nitidamente desentrosado mas com 15 minutos de jogo equilibrou as ações e passou a atacar com perigo.
Jogou melhor até os 30 minutos e depois cedeu terreno.
Afora o gol ridiculamente anulado teve boas chances, assim como o time de Pernambuco também teve.
Léo e Negueba os melhores do primeiro tempo.


Segundo Tempo: 5 x 1

O segundo tempo começou com duas jogadas de perigo dos pernambucanos tendo a segunda resultado em gol aos 5 minutos.
Mas o Grêmio não deixou festejar muito tempo. Miller fez tabela com Negueba e entrou área adentro para mandar no canto do goleiro. 1 x 1.
Mas aos 15 minutos em cobrança de falta Léo fez duas grandes defesas mas não conseguiu impedir o segundo gol dos recifelinos.
Léo evitou um gol olímpico aos 19 minutos.
Aos 21 minutos Ty entrou e logo Léo salvou de novo.
O segundo gol desestabilizou o tricolor que passou a dar espaços e parou de criar boas jogadas.
Enquanto isto no twitter passaram a pipocar informações de que um tal de Voltaire Santos, suposto jornalista não sei de qual rádio ou jornal, teria postado uma foto de uma casa de onde teria saído o drone que sobrevoou o chiqueirão pataxó. A casa teria sido toda quebrada pela horda de vândalos que estão há um dedo do rebaixamento. E pior, parece que o retardado indicou a casa errada.
Duplo crime. Mas sabem o que vai acontecer neste país de impunidades? 
Voltando ao jogo. Aos 40 minutos gol de falta para o Santa Cruz. No cantinho. A bola bateu na trave e entrou. E aos 42 minutos o quarto gol. E aos 45 minutos o quinto gol.

.....

Um jogo esquisito. Foi parelho a maior parte do tempo. Mas o Santa Cruz aproveitou as chances enquanto o Grêmio ou errou ou teve gol legítimo anulado.
A goleada? Fruto do terceiro gol que tirou de vez e definitivamente o foco do jogo. Afinal, estes meninos também estão na iminência de virar campeões da Copa do Brasil.

Como jogaram:

Leo: Grandes defesas no primeiro tempo. Por incrível que pareça nenhuma culpa nos gols. Mas levando cinco não pode levar mais do que Nota: 5
Wallace Oliveira: Atuação discreta. Nota: 4
Rafael Thyere: Não repetiu partidas anteriores. Deu mole em algumas jogadas. Nota: 3
Wallace Reis: Também teve problemas com os atacantes. Nota: 3
Iago: Este menino vai ser titular brevemente. Nota: 4
Kaio: Levou um amarelo no início e parece que ficou com medo de entrar mais forte. Nota: 4
Guilerme Amorim: Participação discreta. Saiu antes do time desandar. Nota: 6
Negueba: Alternou grandes jogadas com erros bisonhos. Mas no saldo final acertou mais do que errou. Um dos melhores. Nota: 8
Miller: Pena que está voltando a ser o grande jogador apenas no final do ano. Nota: 7
Pedro Rocha: Estava vivendo ainda o jogo de quarta-feira. Não fez nadaNota: 2
Henrique Almeida: Fez um gol legítimo mal anulado. Fez boas jogadas, mas é um azarado.  Nota: 6

Ty (Negueba): Não apareceu. Nota: 4
Moises (Guilherme Amorim): Sem tempo. sem nota.
Batista (Henrique Almeida): Sem tempo. sem nota.

James Freitas: Também não teve culpa. Nota: 4

Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro, auxiliado por Pablo Almeida da Costa e Celso Luiz da Silva (trio mineiro) - este cara sempre prejudica o Grêmio Se não é ele são os bandeiras. Certamente que é daqueles que tem erros humanos sempre contra um lado só.

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E não esqueçam: quarta-feira e sempre!


25 de novembro de 2016

Não tem nada ganho

Cinco dias após o jogo contra o Cruzeiro no Mineirão pelas semi-finais da Copa do Brasil eu escrevi um post com o mesmo título. Naquela ocasião o Grêmio havia jogado o primeiro jogo na casa do adversário, assim como agora, e na mesma casa. Assim como naquele jogo, nós voltamos para Porto Alegre com uma vantagem de 2 gols. Assim como naquele jogo, nós fomos melhores que o adversário. Assim como naquele jogo, nós temos a vantagem, mas não a certeza. 

A diferença daquele jogo pra esse não é apenas uma, são três: Cazares, Robinho e Lucas Pratto. O Atlético-MG possui três jogadores que podem desequilibrar o jogo. Não que o Cruzeiro não tenha jogadores de qualidade, muito pelo contrário. Daquele time do Cruzeiro eu queria alguns jogadores. Mas o Galo tem 3 atletas fora da curva.
Admito, claro, que eles foram barrados por um sistema defensivo comandado por Geromel e Kannemann. Se eles possuem jogadores de qualidade na frente, nós possuímos atrás. O nosso time está jogando o fino da bola. Tivemos uma atuação exemplar em Minas Gerais mais uma vez, e temos totais condições (e chances) de levantar essa taça.
Mas então, Talita, por que fazer esse post? Simples! Pra dizer que é natural que todos estejamos felizes e confiantes, mas o jogo só termina quando o juiz apita. 

Aqui não tem salto alto! Aqui tem respeito!

Faltam 90 minutos. Força e raça meu Grêmio, temos que ganhar!

24 de novembro de 2016

O Grêmio é do Renato

Quem procurar no blog, verá que sou um fã do Roger. Para quem não quer perder tempo, sugiro só dar uma olhada neste post aqui e neste outro post aqui. Então está esclarecido. Gosto dele e respeito o Roger.
Aliás, permitem que eu me gabe um pouco. No primeiro link mencionado ali em cima eu termino o post assim ó:
Quem pode assumir? Mais do que nome indico o perfil: alguém experiente no trato com jogador e com a imprensa. Capaz de bater pesado se for preciso. Capaz de imprimir vibração no vestiário. Não se joga futebol competitivo sem altas doses de adrenalina e comprometimento. E capaz de fazer contas e descobrir que a coragem muitas vezes surge mais da lógica e da inteligência do que de um eventual espírito suicida. Não que este último não ajude a se conseguir os objetivos, mas não é o predicado mais importante.
Profético? Vocês decidem.

Agora vamos adiante. Olhem para a foto abaixo com toda a atenção que ela merece.



Olharam bem? Mas não é o Maicon e o Marcelo Oliveira
Qual Maicon? Aquele chamado pejorativamente por muitos gremistas de Capitão Desconforto?
E o Marcelo Oliveira é o cara aquele que dá nome para uma avenida?
Sério?
Eles mesmos?
Mas o que mudou que os levou a esta foto onde mostram enorme desconformidade e determinação?
Certamente não foi a marcação errada do juiz, porque o que estes assopradores mais fazem é errar e antes não havia esta indignação.
Você aí, mais arguto já deve estar sacando onde vou chegar. Mas se você é mais desatento dou uma dica. Ouça um pouco os programas de rádio e leia o que escrevem os nossos bravos i$ento$ baratos. A medida em que o time mais sobe de produção mais aparecem os defensores da tese de que o que se vê é o time do Roger. O principal mantra é este: "O Renato ajeitou a defesa mas o resto é o time do Roger." Ahãm. Aaaaaahãm.
Vamos lá: por que Roger saiu? Algumas razões não necessariamente na ordem de importância:
  1. pela falta de treinamento de jogadas paradas;
  2. pela falta de ajuste da defesa nas bolas paradas;
  3. pela autossuficiência;
  4. pela conformidade do time com as dificuldades.
Roger é um estudioso e, sim, vai ser um grande técnico quando também treinar bolas paradas, quando não mandar mais a defesa marcar a bola parada por zona, quando não pensar que sabe tudo e especialmente, quando conseguir incutir no time a vontade insana de ganhar títulos. 
Não exagerei não. Escrevi e repito: quando incutir no time a vontade insana de ganhar títulos.
Vou repetir: quanto incutir no time a vontade insana de ganhar títulos.
Volta para a foto. Olha de novo. O que dá para ver nesta foto e, se tiverem tempo de olhar de novo, nos tapes dos jogos do tricolor na Copa do Brasil? 

Disciplina tática? Sim.
Controle da bola aérea? Claro.
Cobranças de falta ensaiadas? Também.
Atenção desmedida durante o tempo inteiro? Mas bah!
Garra e determinação em cada jogada? Certamente.
Disputa da bola como se fosse de um prato de comida? Mas né?
Verticalidade na saída para o ataque? Puxa vida!

Então meus amigos. Renato aproveitou todo o conceito de toque de bola implementado pelo Roger? Sim.
Estes conceitos ajudam a controlar o jogo e deixar o adversário perdido? Só um idiota diria que não.
Estes conceitos e o jogo coletivo implementado ganham títulos? Sozinhos não. Claro que não.
Títulos se ganha com controle de bola, disciplina tática e jogadas de penetração ensaiadas. Mas se for só com isto esqueçam.
Títulos se ganha com vontade de ganhar títulos. E quando o time tem deficiências, ganha título quando tiver vontade insana de ganhá-lo.
Roger não tem o perfil de transmitir esta doce loucura. Renato tem. De sobra. Até porque ele cansou de ganhar títulos fazendo gol de todos os jeitos, até de barriga. E por que? Porque ele é doido para ser campeão. Porque ele não se conforma com segundos lugares. Porque ele consegue, pelo temperamento, pela liderança, pelo exemplo, ele consegue incutir em seus jogadores a mesma doideira.

Portanto, meus caros, não embarquem na atual tentativa destes lacaios de desmerecerem o trabalho psicológico e, sim, tático e técnico do Renato quando falam do futebol magnífico que o time do Grêmio está jogando.
O Grêmio será campeão da Copa do Brasil? Tudo indica que sim. A não ser que haja uma hecatombe será. E se for, será o time do Renato. Do Renato, do Espinosa, da comissão técnica, da direção de futebol, do CA , do Romildo. Usará uma herança do Roger? Certamente. Mas esta herança tem a medida exata de ser um acessório e não o coração do time. Que este, meus doces, bate pelo sangue injetado pelo Renato.

Não é sonho, não

Não estamos sonhando, não.
É tudo verdade.
Aproveitem.






                                  



Avalanche Tricolor: o Imortal voltou!


by miltonjung

Atlético MG 1x3 Grêmio
Copa do Brasil - Mineirão



Gremio x Cruzeiro

 É difícil até de começar esta conversa com você, caro e raro leitor desta Avalanche! Estar nesta final da Copa do Brasil tem me provocado as mais diversas sensações.
Me vi na cabine do Morumbi narrando (e comemorando) o título da Copa de 2001, como lembrei em texto anterior. Também revisitei o Olímpico em seus escombros e senti a força daquela avalanche que marcou história.
Pensei no pai com quem costumava ir até lá assistir aos jogos do Grêmio desde um tempo em que os títulos estaduais eram nossa maior façanha. E como seria bom estar ao lado dele mais uma vez para vibrar nesta final. O telefonema dele hoje à tarde, antes da partida, foi um alento a saudade daqueles anos.
 Revivi os tempos de guri em que vestia a camisa do Grêmio para assistir às aulas nos dias seguintes às vitórias. E a envergava nos ombros mesmo quando os resultados não eram assim tão bons.
 Pude pensar nas vezes em que fiquei sentado ao lado da casamata na função de gandula (e pombo correio), levando ao time as instruções determinadas pelo padrinho Enio Andrade. Sem contar as vezes em que chorei sentado na arquibancada pelas frustrações de não ter um título.
 Até aquela Batalha heróica dos Aflitos e a maneira como os guris aqui em casa comemoram um título que eles mal entendiam a importância vieram à memória nestas horas que antecederam o início da decisão.
Quando a bola começou a rolar e o time comandado por Renato se impôs no Mineirão, a ansiedade da final foi substituída pela certeza de que a Copa seria nossa. Que fique claro, ainda não o é … mas a personalidade de cada um dos 11 jogadores em campo superou qualquer temor, mesmo nos momentos mais difíceis - raros momentos em uma partida praticamente toda dominada pelo Grêmio.
A marcação perto da área do adversário, as roubadas de bola, a maneira como o time se movimentava para receber e passar, a elegância do drible e a velocidade do jogo nos davam a impressão da invencibilidade.
Foi então que Pedro Rocha fez um, perdeu outro e mais outro. E fez mais um, novamente. E tirou a camisa, como eu faria de euforia. Tomou amarelo. E fez falta, como nós todos faríamos, e tomou o vermelho. E chorou, como muitos de nós faríamos no lugar dele.
O guri que um dia o presidente gremista Romildo Bolzan definiu, em entrevista que fiz na ESPN, como sendo aquele que "sempre está lá”, da mesma forma que nos levou ao ápice também nos fez lembrar de um enorme mérito que temos: o da Imortalidade.
Com um a menos e a pressão da torcida, tomamos um gol e, imagino, que houve alguém gritando nos nossos ouvidos que acreditava na virada.  Mas aquilo tudo era apenas para comprovar o quanto somos capazes de superar adversidades. Era como se precisássemos passar por mais esta provação para que o Brasil inteiro compreendesse nossa resiliência.
E para que não houvesse dúvidas de que o Imortal estava de volta, Geromel e Everton completaram o placar que nos oferece uma vantagem importante para o último jogo, na Arena. 
Para a festa ficar completa ainda temos que encarar a batalha final e, não vamos esquecer, contra um time que contou histórias incríveis no futebol nos últimos anos. Portanto, por mais próximos da Copa que estejamos, ainda precisaremos entrar em campo quarta-feira que vem com a mesma raça e talento que vestimos no jogo desta noite.
Tenha certeza, será mais uma semana de muitas lembranças e emoções.

23 de novembro de 2016

Daniel Matador - Com a mão no penta!

Copa do Brasil - Final (jogo de ida)
Atlético-MG 1 x 3 Grêmio

Pedro Rocha fez dois gols que calaram o Mineirão.

Caros

Desde 2007 não tínhamos o prazer e o nervosismo de estarmos na final de um torneio de grande porte. Quis o destino que o comandante desta nova epopeia fosse justamente o maior ídolo da história do clube. O maior campeão da Copa do Brasil retornava de forma pujante e meritória. Após uma classificação épica contra o Atlético-PR, outra surpreendente contra o virtual campeão brasileiro Palmeiras e a última frente ao sempre forte Cruzeiro, botávamos o pé na final do torneio que reúne a maior quantidade de equipes do país.

O Atlético-MG jogava em casa. Chovia em Minas Gerais. O Mineirão era o palco. Começavam os primeiros 90 minutos da decisão consagraria o campeão da Copa do Brasil de 2016. E as coisas assim se passaram.

1º tempo - Atlético-MG 0 x 1 Grêmio

Logo aos 2 minutos, Kannemann roubou bola próximo na intermediária e lançou Pedro Rocha, mas a bola foi muito forte. Aos 4 minutos, Luan chutou de fora da área e a bola passou muito perto da trave esquerda de Victor. Aos 6 minutos, Gabriel levou cartão amarelo por entrada violenta em Douglas, que chegou a assustar, mas retornou ao jogo. Aos 10, blitz tricolor que resultou numa bomba de Maicon de fora da área, mas que saiu pela linha de fundo. Aos 17, Maicosuel bateu de longe, mas sem grande perigo. No minuto seguinte, Pedro Rocha recebeu de Douglas e deixou para Walace, que bateu e a bola desviou em Júnior Urso, indo para escanteio. Aos 21, em falha da defesa gremista, a bola sobrou na área para Robinho, que chutou por cima. Aos 22, Douglas chutou e Victor defendeu para escanteio, salvando o Galo.

Até que, aos 30, Maicon deu primorosa assistência em profundidade para Pedro Rocha, que deu um corte seco no zagueiro e chutou na saída de Victor, abrindo o placar! Aos 32, Maicosuel pegou um rebote dentro da área, mas chutou por cima. O Grêmio, após o gol, dominava as ações. Era o senhor do Mineirão. Enervava o adversário. Aos 41, Pedro Rocha encobriu Victor e o zagueiro salvou quando a bola ia entrando! Aos 42, Júnior Urso chutou e Grohe fez um verdadeiro milagre! Aos 44, jogadaça de Edilson, que entortou Fábio Santos e cruzou, mas Luan demorou para concluir e chutou em cima do zagueiro. Aos 45, Geromel salvou de cabeça perigoso cruzamento para a área. Aos 46, em contra-ataque, Pedro Rocha ficou cara a cara com Victor e perdeu, chutando em cima do goleiro.





2º tempo - Atlético-MG 1 x 2 Grêmio


Eram menos de 3 minutos quando Pratto chutou, a bola desviou e quase encobriu Grohe. Só que, aos 9 minutos, Pedro Rocha FEZ FILA e marcou um golaço! Aos 13, após cobrança de falta, Leandro Donizete cabeceou e a bola passou perigosamente perto do travessão. Aos 15, Douglas chutou de longe e Victor defendeu. Aos 19, Walace deu um bago de longe, mas Victor pegou. Aos 22, Renato chamou Everton e iria tirar Pedro Rocha, mas o árbitro resolveu aprontar. No último lance, o garoto fez uma falta fortuita e levou um injusto cartão amarelo. Como tinha tirado a camisa para comemorar o segundo gol, foi expulso. Renato então segurou a entrada de Everton.

Jogando com um a mais, o Galo era só pressão. Aos 28, Grohe interceptou cruzamento de Robinho e evitou perigoso lance. Aos 31, Pratto chutou na pequena área e a zaga rebateu. Aos 34, Pratto subiu e cabeceou perigosamente. No minuto seguinte, Everton finalmente entrou, mas no lugar de Douglas, que saiu exausto. Aos 36, após uma cobrança de escanteio, Gabriel pegou de primeira, sem chance para Grohe. Era só pressão e pressão neste momento. O tricolor era só defesa. Aos 43, Ramiro saiu para a entrada de Jaílson. O Galo atacava e o Grêmio defendia. Só que, aos 45, a imortalidade voltou. Geromel fez jogada de PONTEIRO DIREITO e cruzou para Everton, que meteu de primeira para matar o Galo! O árbitro deu mais 6 minutos, mas o Atlético não acreditava no que via. Era um time de zumbis em campo. Fred entrou aos 45 no lugar de Luan. Aos 49, Walace avançava e só não ficou cara a cara com Victor porque parou no último zagueiro.





Como jogaram:

Grohe: operou um milagre num chute de Júnior Urso. Fez diversas outras boas defesas durante o jogo. Nota 9
Edílson: botou Fábio Santos no bolso. Jogou malandramente, principalmente quando o time estava com um a menos. Nota 7
Geromel: a segurança de sempre. Foi o esteio da zaga. Fez a jogada que culminou no terceiro gol. É um alienígena. Nota 10
Kannemann: é um cão de guarda que sabe morder. Era o único pendurado e conseguiu defender tudo sem levar cartão amarelo. Monstro. Nota 9
Marcelo Oliveira: destoou do restante do time, chegando a comprometer algumas vezes. Nota 6
Walace: foi bem, apesar de perder alguns lances e passes. Nota 7
Maicon: foi bem demais, jogou como um verdadeiro capitão. Deu inclusive a assistência para o gol de Pedro Rocha. Nota 8
Douglas: mais uma vez foi o maestro do meio de campo. A categoria rotineira. Nota 7
Ramiro: cumpriu função tática de modo perfeito, recompondo sempre. Nota 7
Pedro Rocha: abriu o placar com um belo gol. Perdeu outro mais fácil do que o convertido. Fez mais um no segundo tempo. Hoje ele foi 10. Nota 10
Luan: capitaneava quase todas as jogadas de meio e ataque. Perdeu um gol em frente à goleiro por ter demorado para concluir. Nota 7

Everton: entrou no lugar de Douglas, mas o jogo já estava na finaleira. Ainda assim, fez o gol que matou o jogo. Nota 8
Jaílson: entrou no lugar de Ramiro, na famosa substituição para matar tempo. Sem nota
Fred: entrou no lugar de Luan, também para matar tempo. Sem nota

Renato Portaluppi: montou um esquema que depenou o Galo no primeiro tempo. E conseguiu espetar e assar no segundo tempo. Que não se discuta mais. Ninguém tem mais estrela que Renato Portaluppi.

Arbitragem: Pericles Bassols Cortez (PE/FIFA), auxiliado por Rodrigo Henrique Correa (RJ/FIFA) e Nadine Camara Bastos (SC/FIFA). Fez o que pôde para ferrar com o jogo, inclusive expulsando Pedro Rocha. Mas não adiantou.

Era apenas o primeiro jogo. Mas não há necessidade de outro. O Grêmio foi soberbo! Amassou o Atlético em sua própria casa. Preparem os corações. Porto Alegre será pequena. O Rei de Copas está voltando!

Saudações Imortais

Um texto para o Felipe

O jogo era Grêmio x Cruzeiro pelas semi-finais da Copa do Brasil na Arena. Combinei de encontrar minha família já dentro do estádio, pois iria ficar com um casal de amigos em um dos bares do lado de fora até a hora do jogo.
Conversamos bastante acompanhados de algumas cervejas e então fomos cada um para o seu lado. Subi a esplanada pela rampa oeste, e já bem em frente ao meu portão parei por alguns minutos. Não sei por que parei, apenas parei. Vi um torcedor com seus dois filhos escorados na parede. Começamos a conversar. Um dos meninos tinha 16, e o outro 12 anos. O de 16 pouco se envolvia na conversa. O de 12, Felipe, se balançava de um lado para o outro em pé. Eu perguntei a ele se estava nervoso. A afirmação veio apenas com a cabeça, acompanhada de uns olhos esbugalhados e tensos. Ficamos nos olhando por alguns segundos. Não conseguia dizer nada. Eu sabia qual era o seu problema. Consegui reagir e então perguntei já sabendo a resposta: "Tu nunca viu o Grêmio ganhar nada, né?". A segunda afirmação veio com um olhar ainda mais tenso, com os olhos quase marejados.

Eu entendia sua angústia, apesar de ter visto o Grêmio ganhar tudo na década de 90. O jogo em que estávamos entrando era um jogo que tínhamos uma ampla vantagem, e são os jogos que menos gosto. Não gosto de jogo jogado, ainda mais contra time grande. Eu também estava nervosa, mas não podia dizer isso para o Felipe. Ele só tem 12 anos, e eu 30.
Eu tentei olhar pra ele com tranquilidade, tentando esconder que meus olhos também estavam marejados. Então eu disse à ele que uma hora o título vem. Uma hora todo mundo ganha. As vezes demora, as vezes é rápido. Contei pra ele os títulos que vi, e disse que o Grêmio depende dele como torcedor. Ele me olhou ainda tenso, mas com esperança. Me despedi dos 3 e entrei no estádio pra encontrar minha família. Lá dentro estava meu sobrinho mais velho, o Enzo, também de 12 anos, que também nunca viu o Grêmio ganhar nada. Ao final do jogo, Enzo olhou pra mim quase como quem suplica e pediu para eu o levar na final. Naquele momento eu não sabia se conseguiria 1 ingresso, imagine 2. Eu apenas disse que faria tudo que estivesse ao meu alcance.

Hoje acontece o primeiro jogo da final. Eu não sei exatamente quem tu é, Felipe. Sei apenas teu primeiro nome e lembro nitidamente do teu rosto. Eu não sei, Felipe, se hoje inicia a conquista que a gente tanto espera. Não sei mesmo, apenas tenho fé e esperança.
Mas eu quero que lembre, Felipe, que futebol é feito de derrotas e conquistas. Que as derrotas devem nos fortalecer para que as conquistas sejam mais saborosas.
Tu verá o Grêmio ser campeão muitas vezes. Te falei isso pessoalmente, e te disse que tu lembraria de mim no teu primeiro título. Espero que seja esse, Felipe.

#VamosGrêmio


22 de novembro de 2016

Frio no estômago e noites mal dormidas

Em 2001 o critério de gol fora de casa ainda valia para desempate na final. E o Grêmio havia empatado em casa em 2 x 2. Com isto, foi jogar fora em São Paulo tendo apenas a vitória como resultado que levava ao título. Sim, porque empate de 3 x 3 é mais raro do que vitória do time do aterro no brasileirão.
O Grêmio tinha alguns grandes jogadores. E tinha Marcelinho Paraíba no auge. E ganhou com autoridade.
Faz 15 anos mas eu lembro onde estava. Como lembro onde estava em todos os grandes títulos do Imortal.
Quinze longos anos. Anos em que, além de não ganharmos nada, estivemos em apenas uma final. A da Libertadores de 2007.
Talvez isto explique este frio no estômago e este arrepio na espinha. Talvez? Não. Certamente. Isto explica também a ansiedade. E o medo.
Medo sim. Só loucos não temem.
Medo não significa fugir da briga.
O medo, bem aproveitado é alimento extra para o enfrentamento. Aumenta a adrenalina. Redobra as forças.
Quinze longos anos...
Agora mesmo passei pelo blog do Milton Jung. Ele postou lá também a Avalanche. E pôs uma foto dos campeões de 2001 com a taça. E eu vi os mais famosos: Zinho, Mauro Galvão, Danrlei. Mas reconheci também o Alex Xavier, o Itaqui, o Rubens Cardoso, o Anderson Lima...
Ser campeão trás isto para os vencedores: o reconhecimento eterno, o respeito do torcedor para sempre.
Isto Renato está incutindo nos jogadores com o respaldo de Espinosa, de toda a equipe técnica e da direção.
E este trabalho está sendo feito desde que chegou.
Eles devem jogar pela Piratinha.
Devem jogar por este menino que deu um depoimento comovente postado abaixo.
Devem ficar atentos todos os segundos para não decepcionar os blogueiros.
Devem lutar o campo inteiro para alegrar os leitores do blog, mesmo os mais corneteiros.
Devem honrar a camisa pelo amor que a ela devota toda a louca e apaixonada torcida tricolor.
Mas, acima de tudo, eles devem suar sangue por eles mesmo. Pelo orgulho de seus pais, esposas e filhos. Pelo dinheiro extra que tornará a vida mais fácil. Pelo reconhecimento nacional e mesmo mundial. Pela certeza de que sempre, até o fim de sua vidas e mesmo depois, estarão na história de um clube extraordinário e único no amor que devota aos seus ídolos.
Só então eles perceberão que o que viram hoje à tarde, mostrado nos dois últimos vídeos, deixando-os impressionados não será nada após colocarem a faixa no peito e a taça no armário.
Falta pouco. Muito pouco. E falta ainda um dia para o primeiro e decisivo jogo. Um longuíssimo dia. Precedido certamente por uma noite mal dormida. E depois por uma semana inteira mal dormida.
Que eles consigam controlar melhor a ansiedade do que estamos nós, pobres torcedores, tentando controlar.

O que este maldito mata-mata faz com um pobre mortal! Hoje deu saudade daquela água morna, insípida e nojenta dos pontos corridos.











Melhor que a encomenda

Um final de ano melhor que a encomenda...

Será amanhã e está difícil de manter a concentração. Até para escrever este texto, as idéias giram, giram na cabeça e têm dificuldades de se organizar.
Está chegando o grande momento. Faltam pouco mais de 24 horas para o começo da grande decisão.
Após o treino de hoje que começou às 10h, o time do Grêmio se prepara para embarcar em vôo fretado para Belo Horizonte no início da tarde. O treinador Renato selecionou 26 atletas para a concentração.

São eles:
Goleiros: Dida, Léo e Marcelo Grohe
Laterais: Edílson, Iago, Marcelo Oliveira e Wallace Oliveira
Zagueiros: Fred, Geromel, Kannemann e Rafael Thyere
Volantes: Jaílson, Kaio, Maicon, Ramiro e Walace
Meias: Douglas, Lincoln, Miller e Ty
Atacantes: Batista, Éverton, Guilherme, Henrique Almeida, Luan e Pedro Rocha


O torcedor gremista está:
Ansioso. Focado. Nervoso. Feliz. Confiante. Esperançoso.
São todos os tipos de emoções misturadas como há tempos não sentia.
Mas vamos conter um pouco a euforia e deixar a bola rolar. Aguardemos o apito final dos primeiros 90 minutos, vamos manter os dois pés no chão,  segurar um pouco a ansiedade para então comemorar se obtivermos um bom resultado em Minas Gerais.
O Atlético MG é um grande clube e tem um time forte, venceu campeonatos importantes nos últimos anos e por isso deve ser muito respeitado.

E para completar a ansiedade da torcida gremista, o co-irmão está prestes a beijar a lona e selar o seu destino para 2017. Mas aconselho a também esperar para comemorar , porque já existem provas aos milhares de que milagres também acontecem.

#QueremosACopa
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Adendo

Ingressos para a final do dia 30 na Arena praticamente esgotados em apenas 24h.


21 de novembro de 2016

Avalanche Tricolor: o prazer de narrar o Grêmio campeão da Copa do Brasil

Por Milton Jung




Faz muito tempo. E tantas coisas mudaram por aqui.

Em 2001, quando vencemos a Copa do Brasil, tive um dos maiores prazeres da minha vida. Além de assistir ao Grêmio campeão - e isso me dá prazer mesmo em disputa de cuspe à distância - fui premiado com o direito de transmitir a final contra o Corinthians, no estádio do Morumbi.

Naquela época, fazia experiência como narrador de futebol na Rede TV! a convite de Juca Kfouri que acreditava como eu haver espaço para uma transmissão mais sóbria e menos intrusiva na vida do telespectador. Éramos poucos a acreditar no resultado daquela iniciativa. Mas a levamos em frente.

Tudo se iniciou com os jogos da Champions League, aos quais a emissora tinha direito de transmitir na televisão aberta. Na sequência, por acordo com a TV Globo, passamos a apresentar, também, as partidas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil.

Por uma rica coincidência, naquele mesmo ano, o Grêmio, treinado por Tite, em sua primeira experiência na elite do futebol brasileiro, foi surpreendendo um adversário atrás do outro. Os tropeços nas primeiras partidas eram superados com vitórias contundentes em casa, no jogo de volta. Foi assim com Vila Nova e Santa Cruz.

Os resultados mais importantes, porém, vieram nas etapas finais, ao superar o Fluminense (uma vitória e um empate), o São Paulo (ao vencer em casa e no Morumbi por um incrível 4x3) e o Coritiba (quando vencemos as duas). 

Apesar dos bons jogos e resultados, não havia tido oportunidade ainda de narrar uma só partida do meu Grêmio, pois enquanto nós avançávamos de um lado da tabela, o Corinthians avançava do outro e, por motivos óbvios, a televisão privilegiava os jogos do time paulista. Isso me levava a narrar os jogos deles e, de revesgueio, assistir aos do Grêmio.

A televisão me deu a chance de narrar a partida final, no Morumbi, depois de já termos empatado em dois a dois no Olímpico. A festa havia sido preparada para os paulistas. E a casa estava cheia. Naquele estádio, além de um pequeno grupo de torcedores concentrado na arquibancada, onde eu não conseguia enxergar da cabine de transmissão, apenas eu acreditava na possibilidade do título.

Perdão, naquele estádio havia um outro grupo que acreditava como ninguém na vitória. Era o time do Grêmio comandado por Tite, o técnico que se atreveu a pedir para que seus jogadores driblassem e se divertissem em campo, apesar da forte pressão que o adversário iria impor no estádio lotado. 

E o Grêmio driblou, se divertiu, fez três gols e comemorou o título da Copa do Brasil.

Lá no alto, em uma cabine muito maior do que a minha capacidade de narrador merecia, assistia àquele espetáculo e narrei para todo o Brasil cada momento da nossa conquista. Foi difícil controlar a emoção pois ali estava quem só havia feito aquilo em menino e nas partidas de botão lá no Menino Deus, em Porto Alegre. 

Em jogos de verdade, até então, me satisfazia em ouvir a voz de meu pai, Milton Ferretti Jung, nas jornadas esportivas da Rádio e TV Guaíba. E foi para ele que gritei o último gol gremista, marcado por Marcelinho Paraíba, após jogada que lembra muito o toque de bola do nosso time atual. Verdade que foi um mal e desafinado grito de Gol-gol-gol, mas era o que podia fazer naquele momento em que fui tomado pela alegria de comemorar o título que se confirmava em campo.

Como disse, faz muito tempo. E tantas coisas mudaram até aqui.

Aquele foi meu último jogo como narrador esportivo, pois tinha ciência de que a experiência seria passageira. Meu rumo era o jornalismo, onde já navegava com mais segurança e personalidade. Passei por outras redações e persisti no microfone da rádio CBN. 

De lembrança, além daquelas guardadas na memória e o vídeo do jogo que narrei, tinha até pouco tempo uma medalha oferecida aos campeões da Copa do Brasil de 2001, que havia sido perdida no gramado. Como não encontraram o seu dono, entregaram para mim algumas semanas depois. Infelizmente, quando tive a casa invadida por bandidos, assim como toda minha coleção de camisas do Grêmio, foi-se a medalha, também.

Minha família cresceu. Os meninos que eram pequenos na época, hoje tomam seu próprio rumo, apesar de estarem todos em casa. São gremistas como eu, clube que eles adotaram, mesmo nascidos em São Paulo, após ver o pai sofrer na Batalha dos Aflitos. 

Meu pai já não narra mais. Em contrapartida se agarra na imagem de Padre Reus em sinal de sua fé no Grêmio, diante da televisão, em Porto Alegre.  Eu estou mais experiente.  Calejado pela vida e pelo futebol. 

A nos aproximar daquele ano de 2001, o nosso desejo alucinante de conquistarmos mais uma vez um grande título, porque eu, o pai e os meninos, todos nós #QueremosACopa.

Avalanche Tricolor: um passeio no parque com direito a muita diversão

Por Milton Jung



Grêmio 3×0 América MG
Brasileiro – Arena Grêmio


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Festa na Arena em foto de LUCAS UEBEL/GrêmioFBPA
Dois gols no primeiro tempo, um no segundo. Alguns bons lances de ataque, toque de bola interessante e uma ou outra jogada que poderia ter levado a uma vitória ainda mais tranquila.

A partida deste domingo foi quase um passeio no parque.

Com todos os jogadores reservas e poucos riscos a correr, voltamos a vencer no Campeonato Brasileiro e nos mantivemos na disputa por uma vaga na Libertadores.

Foi bom até para tirar o peso das costas de alguns jogadores que ainda nos devem um temporada melhor como Fred, que fez o primeiro gol, Negueba, que marcou o segundo, e Miller, autor do terceiro.
  
As disparadas de Iago pela direita foram boas de ver, e ofereceram a esperança de que possa haver ali um lateral mais eficiente na frente. Everton foi o Everton que conhecemos no ataque. Guilherme, também. E confesso que torço muito para que ele ganhe o direito de comemorar um gol neste ano.
  
Gostei ainda de ver o menino sul-africano Ty e sua agilidade com a bola no pé, apesar de ter entrado apenas no segundo tempo. Que sejam apenas os primeiros passos de uma longa carreira no time titular.

Depois de cinco jogos sem vitória e a alguns dias da Grande Decisão, o Grêmio ofereceu ao seu torcedor um domingo divertido. Aliás, vi muita gente dando gargalhada na arquibancada … e não era só pelos gols que marcamos em Porto Alegre.

Fala a verdade: fizemos por merecer estes momentos de tranquilidade até porque as próximas duas semanas serão nitroglicerina pura.

Que venha a Copa!

20 de novembro de 2016

Uma vitória para fazer saldo

Grêmio 3 x 0 America MG


Primeiro Tempo: 2 x 0

Time reserva no tricolor e time de 2017 no América.
O jogo começou morno mas aos 10 minutos falta próxima da área para a cobrança de Iago que encontrou Fred na marca do pênalti. E Fred não perdoou. 1 x 0.
Aos 21 minutos Guilherme errou um gol feito. Na cara do goleiro chutou em cima dele. Renato tem de ensinar a encobrir o goleiro nestas bolas.
Negueba, ele mesmo, fez o segundo aos 24 minutos em outra bela jogada de ataque. Pegou rebote de chute do Éverton para mandar para o fundo da rede.
Aos 40 minutos o América teve a primeira chance em cobrança de escanteio. Para sorte do tricolor o jogador cabeceou para fora. E aos 44 minutos chegou de novo em chute de fora da área que passou raspando.
E foi isto.

.....

Um jogo desigual. Mesmo com o pé no freio o Grêmio fez dois sem forçar muito. Poderia ter ampliado se tivesse mais interesse.

Segundo Tempo: 

O segundo tempo começou com festa da torcida Imortal. Festa pelo segundo gol do Vitória. E a torcedora falou:



Léo fez bela defesa aos 5 minutos.
Aos 11 minutos o terceiro gol. Do Grêmio? Não! Do Vitória. Mas a torcida festejou como se não houvesse amanhã.
Miller deu um gol feito para Guilherme. Sabe gol feito? Aquele que até o gandula faria? A tia que vende pastel? Pois é. Ele errou. Deu um balão por cima do gol. A bola bateu num morrinho logo antes e isto serve como uma pequena justificativa. Mas quem não errou foi Marinho do Vitória, que fez o quarto gol.
Ty Sandows fez bela jogada e deixou Miller na cara do gol para fazer o terceiro aos 20 minutos. 
Tilica entrou no lugar de Guilherme aos 24 minutos.
Fred quase fez de falta aos 25 minutos.
Os mineiros perderam um gol feito aos 36 minutos. 
Aos 42 minutos Batista fazia grande jogada quando foi derrubado. O juiz deu vantagem porque Everton saiu com a bola, mas ele acabou concluindo nas pernas do zagueiro.
E a torcida saiu festejando mais os 4 x 0 do Vitória do que a vitória do Grêmio.

.....

Um treino de luxo contra um time que já entrou sem nenhuma pretensão.
Agora é quarta-feira e o que realmente interessa este ano.


Como jogaram:

Leo: Nenhum trabalho no primeiro tempo. Poucas intervenções ne segundo tempo. Nota: 6
Wallace Oliveira:  Sem trabalho atrás cruzou para o gol do Negueba. É marcado pela torcida e isto pode ter influência no seu desempenho. Nota: 6
Wallace Reis: Tranquilo como sempre. Salvou duas vezes um gol no segundo tempo. Nota: 6
Fred: Fez o primeiro gol. Bem na defesa. Nota: 7
Iago: Também não teve problemas atrás. Mas chegou pouco na frente. Nota: 6
Kaio: Discreto. Nota: 6
Jaílson: Firme na contenção quase não apareceu na frente. Nota: 6
Negueba: Primeiro gol com a camisa tricolor. Foi bem. Nota: 7
Miller: Um belo primeiro tempo. E continuou bem no segundo. O melhor do time. Nota: 8
Guilherme: Talvez sua melhor partida pelo Grêmio. Mas errou um gol inacreditável. Nota: 6
Éverton: Não repetiu partidas anteriores. Nota: 5

Ty Sandows (Negueba): Iniciou a jogada do terceiro gol. Nota: 6
Tilica (Guilherme): Jogou pouco tempo. Nota: 5
Batista (Jailson): Jogou menos tempo ainda. Nota: 5

Renato Portaluppi: Armou bem o time. Nota: 7

Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (GO); Fabiano da Silva Ramires (ES), Márcio Soares Maciel (GO) - Não atrapalharam.