30 de novembro de 2016

Ah: Moleque! pequeno GRANDE Time



Dói. No dia de hoje agonizamos sob o grito abafado da pior conformação que a dor pode assumir , que grita nossa alma, mas é prontamente dissuadida pelo corpo de fazê-lo: a angústia psicológica. Poucas semanas atrás o Algoz me pedia para que eu escrevesse um texto relacionado a final da Copa do Brasil e ao possível título que o Grêmio está para conquistar. Fui incapaz. Fato é que, assim como para todo grande artista, é requerida inspiração. Arte consiste em selecionar e ordenar peças para que formem um todo. Assim é a música que organiza suas notas em arranjos, a pintura que escolhe as tintas para que ilustrem uma tela, a escultura que talha a pedra e remodela sua forma, a escrita que agrupa as palavras em excertos e tantas outras manifestações artísticas, todas intencionando expressar o que sente o artífice e deleitar o “paladar” de seus apreciadores.

No meu caso escrever exige uma “Energia de ativação” para que a “reação” ocorra, uma ação para que se desencadeie reação. Hoje, percebi que o sofrimento é combustível muita mais eficaz que a euforia. Talvez porque o sofrimento nos obrigue a buscar soluções e explicações, nos exigindo que pensemos, enquanto a euforia nos tira o foco, distrai, as vezes cega. A inspiração com a qual vos escrevo hoje não é fruto da tristeza ou da euforia apenas, mas do “mecenato” de ambas. Nietzche disse e eu repito: “Quem sabe respirar o ar de meus escritos sabe que é um ar das alturas, um ar forte. É preciso ser feito para ele senão há o perigo nada pequeno de se resfriar”.

Quando grandes tragédias acontecem desperta-nos um sentimento de empatia. Nos comovemos, choramos e sofremos junto com aqueles que estão no epicentro da desgraça, no entanto parece que a sensação é diferente quando os envolvidos possuem fama. Quando uma celebridade morre é como se nos sentíssemos ainda mais envolvidos, ainda mais próximos, penso que talvez o fato de que a televisão trás aqueles que a protagonizam para dentro das nossas casas seja a explicação. A verdade é que os vemos como gigantes, deuses. Por muitas vezes olhamos para os famosos de baixo para cima, como se sua fama lhes desse poderes, como se fossem perfeitos, eternos, exemplos a se seguir, imunes as mazelas da vida. Nossa mente demora a entender que somos todos de carne e osso, somos tudo e nada... Ao mesmo tempo. Enquanto vivemos no ar rarefeito da euforia sentimos nossa grandeza, sentimo-nos confiantes, esquecemos daquilo que talvez seja o mais importante: os detalhes; ao passo que quando ocorrem as catástrofes lembra-nos rapidamente de nossa pequenez, da importância das coisas menores e quem sabe essa seja a grande lição do dia de hoje. No momento em que somos abruptamente jogados em meio a um turbilhão encontramos forças que nem sabíamos que tínhamos e nos obrigamos a sair da inércia. Aqueles que não enfrentam revezes, que não são derrubados pela vida, são incapazes de lidar com problemas, se tornam fracos, medrosos, pequenos.

Rebaixamentos, derrotas vexatórias, palavras mal ditas, até mesmo as grandes tragédias, são nesses momentos que os destinados à glória mostram sua força e se destacam. Fraco é aquele que acredita que grandeza pode se comprar em qualquer loja.
A grande verdade é que quase sempre as crises e oportunidades vão surgir em momentos que julgamos não estar prontos para administra-las, e aí vem o grande segredo do mundo: Nós nunca sabemos quando estamos prontos.

Hoje todos os times são um só.

#FORÇACHAPE

Dizem que a Chape é pequena. Talvez seu orçamento ainda seja, mas tenha certeza que em 2016 equipe alguma será maior que esta.