7 de abril de 2017

Avalanche Tricolor: o criador não curte a criatura mas, sabe como é, jogo é jogo

Por Milton Jung


Grêmio 1×0 America MG
Primeira Liga – Arena Grêmio



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Arthur foi destaque. Foto de LUCASUEBEL/GRÊMIOFBPA

A Primeira Liga é competição curiosa. Fizemos parte da criação dela mas nunca curtimos muita a criatura. Desde sempre temos colocado time de segunda mão em campo, sinalizando a pouca importância que damos para o torneio. Com o desejo de se reconquistar um Campeonato Gaúcho e tendo a Libertadores como marca maior na temporada, não podemos mesmo desperdiçar esforços nessa disputa.

Apesar disso, quando se entra em campo, sejam quem forem os 11 escalados, todos vestem a camisa do Grêmio. E se a camisa do Grêmio está em campo, queremos vencer. Especialmente quando jogamos em casa, como no início desta noite de quarta-feira.

Além disso, o time de hoje tinha muita gente legal para conferir e os esboços de boas jogadas que desenhamos em parte da partida mostraram que, mais bem afinado, O Grêmio poderia ter tido boa performance e uma vitória mais tranquila, mesmo sem a presença de titulares em campo.

Até porque, convenhamos, nossos reservas contaram com Bruno Rodriguez, Arthur, Fernandinho, Gastón Fernandez, Everton e Lucas Barrios – todos em condições de se encaixar no time titular quando for preciso e se sair muito bem.

Da lista acima, chamou-me a atenção a segurança e qualidade técnica do jovem Arthur, atuando como volante. Nossa escola na posição parece não ter fim.

Gostei também de Barrios. Até gostei mais hoje dele do que na partida anterior quando marcou seu primeiro gol. Sempre que pega a bola busca alguém para dar a assistência. Às vezes até gostaria que ele fosse mais fominha do que solidário.

E teve o Everton que já não é nenhuma novidade pra gente. Poucos insistem tanto quanto ele. Talvez até por isso nos chame atenção pela quantidade de gols que desperdiça. Mas não desiste. E hoje foi premiado ao colocar a bola de chapa longe do alcance do goleiro e marcar um golaço – o único da nossa vitória.

O domínio do jogo somente foi ameaçado no minuto final quando abrimos mão de manter a bola no pé e recuamos de forma perigosa. A sinalização de pênalti para o adversário e o risco de empatarmos seria preço muito caro a pagar em partida que fomos bem superiores.

A briga nos acréscimos foi totalmente desnecessária. Por desatenção, imagino eu, não devolvemos a bola ao adversário como era de se esperar diante do fair play. Porém, serviu para nos mostrar que mesmo não dando muita bola para a Primeira Liga, como diria o filósofo do boteco: jogo é jogo. E ninguém quer perder.