30 de outubro de 2017

Avalanche Tricolor: entendi o recado, Everson!

Por Milton Jung


Avaí 2×2 Grêmio

Brasileiro – Estádio da Ressacada, Florianópolis/SC


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Everson Passos aqui embaixo, ao lado do Roberto Nonato, no estúdio da CBN


Esta Avalanche não escrevo para você, caro e raro leitor. E tenho certeza de que você entenderá. Também peço encarecidamente aos amigos que reproduzem esta Avalanche em seus blogs dedicados ao Grêmio que poupem seus leitores das minhas palavras, mesmo porque não vou falar do resultado desta noite de domingo. O que falarei aqui é algo muito particular que não gostaria de ver exposto especialmente à sanha intolerante que toma conta da sociedade contemporânea. Mas preciso escrever. Para mim sempre foi a melhor maneira de arrancar a tristeza do coração.

Hoje, vou dedicar esta Avalanche a um colorado. Um cara que era capaz de vestir a camisa encarnada (ou estilizada) na alegria e no sofrimento. Nos momentos extremos em que seu time vencia, especialmente quando vencia o meu, ou diante de derrotas copiosas. Ele fazia questão de mostrar-se solidário nesses instantes. Solidário a sua paixão, como muitos de nós torcedores costumamos ser.

Falo aqui de Everson Passos, que morreu sexta-feira, dia 27 de outubro, após ter sofrido, há três meses, um derrame cerebral que o tirou a consciência e o desconectou da vida. Foi meu colega na CBN e teimo em acreditar que chegou a trabalhar com o pai lá na Rádio Guaíba de Porto Alegre. Se não o fez, com certeza conheceu meu pai enquanto atuava como jornalista no Rio Grande do Sul, pois o pai foi nosso assunto em comum em mais de uma oportunidade.

Ele falava pouco, resmungava muito, dizia certas verdades e nunca nos deixava ser levado pela ilusão das vitórias. E não falo aqui das coisas do futebol, não. É dá vida mesmo. O Everson tinha os dois pés no chão (a não ser quando estava montado em uma bicicleta) e nos colocava no devido lugar sempre que nos atrevêssemos devanear.

Chegava a ser engraçado na maneira de se portar diante dos fatos. Olhava de revesgueio, como costumamos dizer lá no Rio Grande, tinha um ar desconfiado e nas poucas palavras que proferia dizia muito.

Ao meu lado apresentou algumas edições do Jornal da CBN quando se revelava ainda mais rigoroso com a leitura dos textos. O mesmo rigor que usava no momento de redigir ou editar as reportagens. Um rigor que não se voltava aos colegas, mas a ele próprio.

Foi esse mesmo rigor que fez com que ele decidisse voltar para o Rio Grande do Sul. Deixou a rádio e São Paulo porque acreditava que tinha uma missão muito mais importante: cuidar da mãe que vivia sozinha desde a morte do pai. O destino lhe pregou uma peça. Poucos meses depois de chegar a terra natal sofreu o derrame e a mãe ficou para lhe dar carinho e apaziguá-lo até a morte.

E mesmo na morte, Everson não deixou de ser Everson.

Ao morrer com apenas 51 anos, sem precisar dizer uma só palavra, nos manda um recado ao estilo dele. Escancara a fragilidade do ser humano e nos faz ver como desperdiçamos nossos momentos com picuinhas, desentendimentos baratos entre amigos, colegas de trabalho, torcedores e mesmo irmãos, pais e mães. É como se estivesse nos dizendo: vai cuidar da sua vida!

Valeu, Everson! Anotei o recado.

29 de outubro de 2017

Daniel Matador - Aquele empatezinho meia-boca

Avaí 2 x 2 Grêmio

Time comemora o gol do zagueiro Thyere, que abriu o placar na Ressacada.

Caros

Depois da atuação de gala frente ao Barcelona pela Libertadores da América, o tricolor enviou uma mistura de time B com time C para atuar contra o Avaí pelo Campeonato Brasileiro. Não obstante a classificação quase encaminhada para a final do torneio continental (ok, eu sei, não tem jogo jogado, faltam 90 minutos, etc e tal), a equipe gremista continua bem posicionada no G4 da principal competição nacional.

Os times reservas, entretanto, nunca fizeram boas jornadas, tendo arrancado no máximo um empatezinho nas vezes em que atuaram. O único titular que começou a partida foi Michel, justamente para que possa readquirir ritmo de jogo após sua parada por lesão. O garoto Patrick ganhou chance de iniciar a partida, assim como Cristian, outro que tenta buscar seu lugar no grupo. E no comando de ataque, novamente ele, Jael, o Cruel.

1º tempo: Avaí 1 x 2 Grêmio

Nem 2 minutos haviam passado e Everton já cruzava para Kaio TRISCAR de cabeça, porém sem direção. Aos 11 minutos, Everton recupera uma bola próximo à entrada da área, se desvencilha dos marcadores e abre na direita para Thyere (sim, o zagueiro estava lá na frente!), que fecha o olho e dá um BAGO cruzado pra abrir o placar!


Aos 15, Michel emendou um CANUDO de longe, mas a bola acabou não indo em gol. Aos 21, boa jogada de João Paulo, que cortou o marcador pela esquerda e chutou, para firme defesa de Paulo Victor. Na sequência, perigoso ataque tricolor, também aparado pelo arqueiro avaiano. Aos 27, chute de fora da área que o goleiro rebateu, Bressan meteu para o gol, mas o bandeirinha erroneamente marcou impedimento. aos 29, após cobrança de escanteio, Pedro Castro emenda uma bucha de fora da área e empata o jogo. Aos 35, Everton fez jogadaça pela esquerda e passou para Kaio, que só escorou para anotar o segundo!


Aos 40, um cruzamento avaiano pela esquerda, de forma despretensiosa, quase acabou indo em gol por conta da curva da bola. Sorte que Paulo Victor estava atento na jogada. Aos 45, Júnior Dutra dominou e finalizou por cima. E não teve mais nada na primeira etapa, que terminou com vitória gremista.





2º tempo: Avaí 1 x 0 Grêmio

Em pouco mais de um minuto, Paulo Victor fez uma defesa sensacional, à queima-roupa, que evitou o empate catarinense. Em cobrança de escanteio de Marquinhos (aquele mesmo que jogou por aqui), Leandro Silva cabeceou e quase marcou, não fosse o guarda-metas tricolor. Eram quase 10 quando Jael, incrivelmente, fez uma grande jogada de pivô, estilo futsal, para a passagem de Michel, que recebeu, emendou de canhota e, por muito pouco, não ampliou. Aos 16, perigoso ataque do Avaí que a defesa rebateu. Mas, no lance seguinte, após cobrança de escanteio, Leandro Silva desviou de bico e empatou o jogo.

Aos 21, outra importante defesa de Paulo Victor. E, no minuto seguinte, Jael saía para a entrada de Beto da Silva, enquanto Patrick saía para a entrada de Jean Pyerre. A essa altura o jogo começou a ficar amarrado. Aos 39, Júnior Dutra bateu de longe e Paulo Victor defendeu sem rebote. Segundos depois, Maurinho disparou um MÍSSIL que explodiu no travessão! Aos 40, Dionathã entrou no lugar de Kaio. Aos 43, outra defesa milagrosa de Paulo Victor, novamente à queima-roupa! E não teve nada de mais relevante, com a partida terminando empatada e o tricolor trazendo um pontinho de Florianópolis.





Como jogaram:


Paulo Victor: difícil dizer se poderia ou não ter defendido os chutes que originaram os gols avaianos. No geral, foi seguro, além de ter feito grandes defesas no segundo tempo. Nota 8
Léo Gomes: não conseguiu fazer até agora nenhuma partida realmente boa. Nota 4
Thyere: bem na defesa e ainda fez um gol. Nota 8
Bressan: é muito azarado, coitado. Fez um gol legal que foi anulado. Na defesa, foi razoável. Nota 6
Marcelo Oliveira: foi o capitão do time na partida. No máximo, regular. Nota 5
Michel: nota-se que está, aos poucos, retomando o ritmo de jogo. Nota 6
Cristian: ainda carece de ritmo de jogo após sua longa inatividade e a lesão. Mas foi razoavelmente bem. Nota 6
Kaio: talvez tenha sido sua melhor partida no clube. Fez um gol importante num momento crucial. Nota 7
Patrick: tentou uma ou outra jogada, mas no geral não aproveitou muito a chance que recebeu. Nota 4
Everton: jogou muito. Abriu espaços, buscou as jogadas e pifou os companheiros no ataque. Nota 8
Jael: incrivelmente, talvez tenha sido sua melhor partida pelo clube. Mas, novamente, não fez um golzinho. Nota 5

Beto da Silva: entrou no lugar de Jael. Incrivelmente, era preferível ter deixado Jael em campo. Nota 1 (só pra não zerar)
Jean Pyerre: entrou no lugar de Patrick. Não fez praticamente nada. Nota 2
Dionathã: entrou no lugar de Kaio, na finaleira. Sem nota

Renato Portaluppi: montou o time com o que havia disponível, considerando a partida decisiva da próxima quarta-feira. Nota 6

Arbitragem: o apitador foi um cidadão que sempre nos dá boas lembranças, o paraense Dewson Fernando Freitas da Silva, do quadro da FIFA. Foi ele quem apitou o histórico Grenal dos 5x0. No jogo contra em Santa Catarina ele foi auxiliado pelos também paraenses Helcio Araujo Neves e José Ricardo Guimarães Coimbra, ambos bandeirinhas CBF. E o bandeirinha cometeu um erro grave ao marcar impedimento inexistente em gol convertido por Bressan.

Foi mais uma rodada para cumprir tabela e apenas manter-se no G4. Não adianta querer achar outra coisa, só a Libertadores está no horizonte gremista. Dava para ter ganho? Óbvio, o time esteve sempre na frente no placar. Mas é impressionante a capacidade de tomar gols desse time reserva, bem como sua postura apática em quase todos os jogos. Contudo, agora é esquecer tudo isso e focar no que interessa: o Barcelona e a Libertadores da América.

Saudações Imortais

27 de outubro de 2017

Detalhe, Grohe, Fifa e o Rezende

Passado o momento inicial de euforia após a grande vitória de quarta-feira é importante fazer algumas reflexões.
O Grêmio fez uma grande atuação e mereceu o resultado. Mas, e sempre tem um mas, o jogo mostrou que em campeonatos de alto nível a vitória muitas vezes acontece no detalhe.
Eu escrevi aqui que o Cruzeiro ganhou do tricolor na Copa do Brasil por detalhe. Se Barrios faz aquele gol no início acabava lá a trajetória do clube mineiro. Bastou para sofrer um ataque furioso dos corneteiros sem noção.
E quarta-feira o 3 x 0 aconteceu também por detalhe. Os equatorianos perderam um gol antes do Luan abrir o placar. E Grohe fez uma defesa miraculosa que, não fosse ela, o jogo seria 2 x 1 e ficaria aberto.
Claro que a preparação correta e criteriosa ajuda, e muito, para que os detalhes pendam favoravelmente mais para um lado do que para o outro. Mas um lance errado, uma defesa milagrosa podem sim determinar quem sereá o campeão.
Então, meus amigos: tentem olhar o futebol e torcer para o Grêmio com os olhos e com o coração, respectivamente. Deixem o fígado apenas preocupado em limpar o corpo dos tragos e dos maus alimentos.

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Por falar em Marcelo Grohe, eu olho e olho e olho a defesa dele e ao mesmo tempo não consigo de deixar de lembrar que ele é (ou era) chamado de T-Rex ou de mão de alface por boa parte da torcida.
Esta defesa ... (escolha o adjetivo que quiser) tem lugar garantido na história do futebol para todo o sempre.
É certo que foi uma combinação de reflexo, muito, enorme, fantástico, etc. com sorte da bola bater na mão. Mas é mais certo ainda que 99,999 % dos goleiros sobre a face da terra, ao levar um chute daquela potência a menos de 2 metros não conseguiria evitar que a bola entrasse, mesmo que ela batesse em sua mão como aconteceu.
Então, foi reflexo e força. Muita força.
Mão de alface não? Pois é.

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E a FIFA reconheceu o Grêmio, entre outros, como campeão mundial.
E daí? Eu nunca me preocupei com isto. Aliás, o twitter abaixo é um resumo do que penso do assunto. Mais não preciso dizer.
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Eu, de vez em quando tenho entrado em atrito com muitos leitores. Não sei se é a situação econômica, política, religiosa, sexual ou o que, mas tem muita gente intolerante que quer impor suas ideia pela força ou pela agressão.
O time vai mal? Que morra o treinador, o presidente, os jogadores, etc.
O time ganha? Não conseguem nem festejar o resultado. "Foi muito bem massssssssssssss". Não há espaço para a alegria e o respeito às opiniões alheias.
Se prestarem atenção verão que as blogueiras já não escrevem mais há muito tempo. O Daniel só faz post pós jogo quando eu não posso. O Maurício escreve posts mais técnicos que não dão margem para desaforo, e por isto vai levando.
Muitos outros colaboradores já largaram por não aguentar desaforo.
Outro dia surgiu o boato que eu seria um leitor que comenta nos blogs e que estava infernizando o Corneta do RW. Lá fui eu passar o telefone do comentarista (com a concordância dele) para o corneta se certificar que o cara não era eu.
Eu tenho coragem suficiente para dar a bronca que acho justa. Não preciso me esconder atrás de ninguém. E nem quero ganhar nada com o blog.
Me puseram no grupo do whatts logo após a grande vitória de quarta. Não demorou 5 minutos para um retardado, ao invés de festejar a vitória, me acusar que "eu vivo na sombra do meu irmão."
As tréguas, quando existem, são de curtíssima duração. Sei que bastará perder para o Avaí no domingo para voltarem com tudo.
"Ain... não dá para criticar? Não dá para apontar os erros?"
Dá. Claro.
Mas espera o dia seguinte. E não ofende o treinador, o jogador, o blogueiro, ou quem quer que seja. Isto não é crítica. Isto é agressão. Façam como o Gilberto Rezende. O maior mala. Insuportável! Chato! Murrinha! Todo errado nas críticas. Mas educadinho.

26 de outubro de 2017

Avalanche Tricolor: melhor do que a encomenda

Por Milton Jung


Barcelona-EQU 0x3 Grêmio

Libertadores – Monumental Isidro Romero Carbo, Guaiaquil


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Os poucos que me conhecem sabem das minhas crenças em relação ao Grêmio. Talvez a mais alucinada de todas é a certeza de que não existem placares irreversíveis. Somos capazes das maiores façanhas; e não precisamos exercitar muito a memória para entender porque é assim que penso.

Diante de tantas vitórias consideradas impossíveis ao longo de nossa história, forjei a máxima: “até três em casa a gente vira”. E a uso sempre que estamos frente a um mata-mata. A usei na manhã desta quarta-feira em conversa pelo Twitter com Seu Algoz, que sempre me dá uma colher de chá e publica essa Avalanche no seu blog.

Havia um diálogo entre gremistas, os crentes e os descrentes – sim, é incrível, eles existem. Discutiam qual o melhor resultado para esta noite. Palpitavam e se dividiam entre otimistas e pessimistas. Dentre os últimos, a maioria contaminada pela performance mais recente, uma turma que parece ainda não ter entendido o grande poder de superação do Grêmio.

Poucos, muito poucos, seriam capazes de arriscar um placar como o construído no Equador. Perdão, um placar construído no planejamento de Renato e comissão técnica; na paciência deste grupo que suportou a pressão dos próprios torcedores (e dos críticos, também); na humildade de um clube que entendeu ter diante de si uma missão que seria a de reconquistar a América, e para vencer esta guerra teria de ceder em algumas batalhas.

Cedeu até onde pode e hoje estava inteiro em campo, com o que havia de melhor e mais bem preparado. Com Marcelo Grohe, protagonista de uma das mais belas defesas já assistidas no futebol mundial; com Geromel e Kannemann, senhores da área; com o petardo de Edílson explodindo no gol adversário; e Luan, o craque que ressurge após 56 dias recuperando-se de lesão.

Nosso camisa 7 é raro, disse Grohe ao fim da partida. É raro, genial e goleador. Com a bola nos pés convidou os equatorianos a dançarem com ele. E levaram um baile. Diante do gol foi matador nas oportunidades que teve. Uma logo no início do jogo, contendo o ímpeto adversário. Outra, para fechar o placar no instante em que ensaiavam uma reação.

O 3×0 desta noite foi melhor do que a encomenda, mas para a entrega ficar completa ainda faltam os 90 minutos na Arena, semana que vem. Que estejamos todos lá, crentes e descrentes, loucos e racionais, gremistas e imortais, pois agora falta muito pouco para estarmos novamente na final da Libertadores.
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Bastidores da vitória no Equador






25 de outubro de 2017

Daniel Matador - 3 a 0, fora os ameaços!

Barcelona de Guayaquil 0 x 3 Grêmio

Barrios e Luan comemoram um dos gols tricolores na noite equatoriana.

Caros

Era noite de Libertadores. Mas não uma noite qualquer. Era uma noite que anunciava o primeiro embate entre o equatoriano Barcelona e o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense pela honra e direito de disputar a final da Taça Libertadores da América. Renato acabou não promovendo a entrada de Michel como titular, dando espaço para Jaílson. Por outro lado, Luan começou o jogo. O tricolor pisava no gramado do estádio Isidro Romero trajando sua tradicional camisa, porém acompanhada de um mítico calção BRANCO.

Primeiro tempo: Barcelona de Guayaqui 0 x 2 Grêmio

Com menos de 30 segundos de jogo, Ariel (aquela naba que jogou nos segundinos) finalizou um cruzamento rasteiro que veio da esquerda. Sorte que a bola subiu demais. Pouco mais de um minuto havia se passado e o Grêmio deu um arremate com Luan que desviou na zaga, respondendo ao time da casa. Aos 6, em lance raríssimo, Geromel perde uma disputa e o atacante equatoriano avança até a área pela esquerda e chuta, porém para fora. Até que, aos 8 minutos, Cortez fez grande jogada pela ponta esquerda e cruzou para trás. Luan chegou e chutou DE CHAPA, com a bola dando um leve desvio na zaga e morrendo na rede!


Aos 15, em cobrança ensaiada de escanteio pelo lado direito, Luan largou para Fernandinho, que emendou um PETARDO, mas o goleiro defendeu. Aos 20, em cobrança de falta, Edílson emendou um PATAÇO que deixou o goleiro sem reação e aumentou o placar! O estádio Isidro Romero, neste momento, era um CEMITÉRIO, o Barcelona era o cadáver e o Grêmio era o coveiro!


Aos 30, Grohe fez grande defesa após perigoso cruzamento da direita. Aos 35, arremate de Esterilla após passe de Oyola, mas a bola subiu demais. Aos 41, Ariel aparou cruzamento, porém o máximo que conseguiu foi descolar um escanteio. E terminou assim a primeira etapa.





Segundo tempo: Barcelona de Guayaqui 0 x 1 Grêmio

Menos de um minuto de bola rolando e Grohe já defendia um arremate de CALCANHAR de Díaz. Aos 3 minutos, MILAGRE do arqueiro tricolor em chute de Ariel! Uma defesa simplesmente ESPETACULAR! E aos 8, em grande jogada de Edilson pela direita, que cruzou para trás, Luan emendou de primeira e meteu mais um prego no caixão do Barcelona!


 Aos 14, Edílson saiu para a entrada de Léo Moura. Aos 15, Días arrematou de frente para o gol, porém a bola subiu. Aos 19, cruzamento de Léo Moura para arremate de Barrios, mas a bola foi para fora. Aos 28, chute do Barcelona que foi rebatido pela zaga. Aos 32, Jaílson saiu para a entrada de Michel. Aos 33, Luan tentou um chute de fora da área e quase marcou um golaço.

Aos 34, Ramiro deu um tapa na bola, mas ela acabou saindo. Aos 36, Cícero fez sua estreia e entrou no lugar de Barrios. Aos 43, o mesmo Cícero perdeu uma chance incrível de marcar o quarto gol. Na sequência, contra-ataque perigoso do Barcelona, que Grohe defendeu. A arbitragem deu mais 4 minutos de acréscimo, que serviram somente para aumentar o sofrimento equatoriano. Porque, ao final, o time gremista saiu de campo vitorioso.





Como jogaram:

Grohe: grandes defesas e, pelo menos, um milagre. Nota 10
Edílson: em jogos como esse, acaba fazendo prevalecer sua catimba. Fez um gol importantíssimo e deu a assistência para outro. Saiu para preservar-se, com Léo Moura entrando em seu lugar. Nota 9
Geromel: o capitão foi seguro como sempre. Nota 8
Kannemann: ganhou praticamente todas as jogadas, tanto por baixo quanto pelo alto. Nota 9
Cortez: grande jornada, foi o dono da lateral esquerda. Excelente jogada para o gol de Luan. Nota 8
Jaílson: não comprometeu, principalmente considerando a dimensão da partida. Saiu para a entrada de Michel. Nota 6
Arthur: os equatorianos ficaram a noite inteira tentando pegá-lo e não conseguiram. É craque, joga demais. Nota 8
Ramiro: discreto, porém eficiente na função tática. Nota 5
Luan: voltou muito bem contra o Corinthians e mostrou o motivo de ser diferenciado, abrindo o placar e fechando também. Nota 10
Fernandinho: sem grandes contribuições ofensivas. Nota 4
Barrios: apesar de auxiliar na marcação adiantada, não fez grande partida. Nota 4

Léo Moura: entrou no lugar de Edílson. Manteve um bom ritmo na lateral. Nota 6
Michel: entrou no final, para ganhar ritmo. Sem nota
Cícero: entrou na finaleira e chegou a perder um gol na cara do goleiro. Sem nota


Renato Portaluppi: a maiúscula vitória em Guayaquil passa por ele. Não é só um motivador, é uma entidade que entende como poucos a grandiosidade da América. Nota 9

Arbitragem: o trio era argentino, formado pelo apitador Nestor Pitana, auxiliado pelos compatriotas Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti. Não tiveram trabalho, pois o Grêmio dominou o jogo.

Se há algum clube talhado para joga a Taça Libertadores da América, este clube é o Grêmio. Nenhum outro tem correndo em suas veias um sangue tão pulsante pela libertação do continente quanto aquele que enverga as cores azul, preta e branca. E esta noite em Guayaquil serviu para reconhecer isso. Um time soberbo, que sobrou em campo. No campo do adversário, ressalte-se. América, prepare-se para ser novamente libertada. O tricolor está chegando.

Saudações Imortais

Agora é Libertadores! Análises dos últimos jogos e prévia do jogo contra o Barcelona.

Renato já disse "Não esperem aquele futebol espetacular, bonito, que vocês viram no meio do ano". Pois é, se a Libertadores terminasse em julho, como normalmente terminava, seríamos campeões. Mas o "se" não existe, e ganharemos a Libertadores com outro futebol. Vimos nos últimos três jogos, três escalações diferentes, com estilos diferentes até mesmo dentro de um jogo (ou vocês não acham que o primeiro tempo contra o Palmeiras foi bom, e tudo mudou no segundo tempo?). E o grande motivo dessas mudanças foram "simplesmente" os jogadores. 

Contra o Coritiba jogamos com todos titulares disponíveis. Mas o mais importante deles fora: LUAN! Com isso o time foi burocrático.  Ramiro e Arthur ficaram centralizados com Fernandinho e Arroyo abertos, mas o jogo não fluiu. Um dos jogos com menos passes, 293, e com mais erros (86%) certos. Faltou alguém para fazer a bola rodar no ataque, abrir espaços, e realmente fazer o time jogar. O time ficou sem criatividade, ninguém para assumir o jogo e fazer a bola andar, até por isso não tivemos um destaque em campo, sendo equilibrado em vários aspectos como posse de bola e troca de passes. Vencemos, mas não convencemos, mas o resultado foi importantíssimo para resgatar a confiança, além de ter garantido a presença de Jael na lista da Libertadores...


 Posse de bola ao longo do jogo contra o Coritiba. Bola esteve muito na nossa defesa, equilibrio ao longo do campo que demonstra que ninguém assumiu o jogo.


Ramiro e Arthur, apesar do maior número de passes não sabem jogar centralizados.

Já contra o Corinthians temos a expectativa da decisão do campeonato. Temos o retorno de Luan. Temos um jogo com objetivo! E aí mostramos nossa força. Fomos melhores no jogo, através da movimentaçao de Luan, que consequentemente traz uma tranquilidade aos demais. O time teve mais confiança para jogar, trocou mais passes (416) e atuou mais na faixa central ofensiva, justamente a faixa onde Luan joga e faz o time jogar, a faixa de campo onde se decide os jogos. Faltou o gol, faltou o ritmo de jogo de Luan.


Com Luan a posse de bola fica mais na linha decisiva do campo, fazendo as laterais jogarem mais.

Número maior de passes. Luan liderando a interação, fazendo com que Arthur e Ramiro aumentem o número de passes na zona central do campo.

Já contra o Palmeiras tivemos a importante volta de Michel, e mantivemos Luan. Porém o resto do time era totalmente reserva. Até por isso, o primeiro tempo foi muito bom, em especial pelo lado direito ofensivo com Leo Moura, Luan e Everton tendo alguns momentos do Grêmio com o melhor futebol do brasil, ou seja, com toques rápidos, triangulações, a busca do espaço e tentativas de gol. Sim, muito pouco para o que víamos, e que acredito que não veremos mais. Mas um ponto importante e observado no jogo, com a ausência de Arthur, muitas vezes tinha que recuar para buscar a bola e iniciar as jogadas, assim se desgastando e não focando no ataque para decidir o jogo.


 Destaque do jogo pela direita. No primeiro tempo com Everton e principalmente pela escalação de Leo Moura.

Luan e Michel voltaram e comandaram o meio campo, até quando puderam. Destaque também pela qualidade técnica de Leo Moura.

COMO JOGA O BARCELONA- 
Enfrentaremos um time muito forte e rápido. Em resumo o time equatoriano joga espelhado no Grêmio, ou seja, no 4231. É um time que joga de maneira reativa, esperando o adversário e saindo em velocidade no contra ataque. Por isso quando joga em casa tem piores resultados do que jogando fora, pois não consegue propor o jogo quando sua torcida o espera fazer. Por esse jogo reativo, tem como maior virtude o contra ataque, e maior defeito a recomposição defensiva, que explicarei abaixo.


Sistema tático do Barcelona. Imagem do Filipe Duarte @filipeduarte88

Tem dois laterais que apoiam muito, sejam os titulares ou os reservas. Os titulares são Velasco pela direita (que jogou contra a Argentina) e Pineida pela esquerda. Apoiam tanto que é o quinto time com mais cruzamentos certos na Libertadores (43) e o quarto em cruzamentos erados, com 165. Por essa jogada lateral, combinando força e velocidade, acredito que Fernandinho comece jogando, pois leva vantagem em cima de Everton e Arroyo na questão defensiva. Há uma pequena possibilidade de jogar Cícero, caso Renato queira fortalecer o meio, assim deixando Luan mais livre e próximo de Barrios, além de ganhar mais altura nas bolas paradas. Em confirmando Fernandinho, ele e Ramiro serão fundamentais defensivamente para ajudar Cortez e Edilson respecitvamente no avanço destes laterais e dos extremas Esterilla na direita e Marcos Caicedo na esquerda. O lado positivo do jogo em Guayaquil é que o centrovante Jonathan Alvez, artilheiro do time na Libertadores, não jogará e deverá ser substituído por Ariel, que é mais lento, mas mais forte, ficando mais na área. Até por isso, acredito que Kannemann 


Time utiliza muito os lados do campo para as jogadas ofensivas




Na parte ofensiva do time, além dos laterais, e de Alvez que não jogará, o Grêmio deverá ter cuidado na marcação do veterano Argentino Damian "Kitu" Diaz, que poderemos comparar com o nosso Douglas. Ele que dá o toque preciso e que faz o time rodar, além de uma excelente bola parada e chute ao gol. Falando em finalizações, o Barcelona também se destaca neste quesito. Junto com o Grêmio é o time que mais finaliza na Libertadores. Então cuidado tanto com cruzamentos, quanto nos chutes de média distância!


 Grêmio é o segundo que melhor finaliza na Libertadores, enquanto o Barcelona vem logo atrás.


Nas finalizações erradas, tanto Barcelona quanto Grêmio aparecem no top 5 da Libertadores.

ANÁLISE DEFENSIVA DO BARCELONA -
Na defesa, o Barcelona abusa da força, tanto é que o time que mais tomou amarelos nessa Libertadores, com 31! É um time muito combativo, porém às vezes é lento na recomposição. Por essa lentidão muitas vezes ocorrem os cartões amarelos, por estarem atrasados na jogada. Consequentemente também não conseguem realizar os desarmes da maneira mais correta, apesar de terem físico para isso o posicionamento muitas vezes é errado, deixando esse espaço entre os zagueiros e volantes, sendo que o titular Gabriel Marques está suspenso nos dois jogos. Bem aí que joga Luan e aí poderemos nos aproveitar. 



Barcelona é o terceiro melhor em desarmes...



... mas é o time que desarma mais errado.

Grêmio e Barcelona são opostos quanto a faltas. Barcelona o segundo que mais faz faltas, e o Grêmio o time que mais sofre faltas. A bola parada pode ser muito importante para nós, será que Cícero terá chance, por ser muito bom na bola aérea ofensiva? Mas para isso, precisaremos muito da velocidade de Fernandinho e Ramiro abertos, e Luan, como já falei, jogando entre as linhas. Por ser um jogo físico, Barrios terá que se superar, realizando o pivo para a passagem destes.






Além disso recomendo os seguintes textos dos competentes Filipe Duarte (@filipeduarte88) da Band e o Eduardo Moura (@dado_moura)

https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/para-desvendar-o-barcelona-em-gifs-veja-o-que-o-gremio-precisa-redobrar-atencao.ghtml

http://alupanogramado.final.com.br/dossie-do-barcelona-de-guayaquil-adversario-do-gremio-na-semifinal-da-libertadores/


Mais informações vocês podem encontrar no meu Twitter @mwgremio onde tive bons debates com o @kaleb_schuck e informações do Botafoguense @carlosbernardoL


24 de outubro de 2017

Avalanche Tricolor: que faça uma boa viagem

Por Milton Jung

Grêmio 1×3 Palmeiras
Brasileiro – Arena Grêmio



Luan
Luan aproveitou partida para ajustar a passada rumo a Libertadores


É quarta. É no Equador. É contra o Barcelona. É para lá que se volta o pensamento de todo o gremista que se preza. O time embarca na madrugada dessa segunda-feira para a cidade onde começa decidir a vaga à final da Libertadores da América.


E se alguém esticar o olho com desconfiança para o que pode nos acontecer lá fora, impactado pela tarde deste domingo, que me perdoe: tá na hora de rever os seus conceitos. Como dizia Tio Ernesto, que já foi personagem desta Avalanche outras vezes, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Você acredita mesmo que algum jogador entrará cabisbaixo na Colômbia porque os reservas perderam aqui no Brasileiro?


Gente, os caras estão babando pelo título sul-americano, acordam e dormem pensando na possibilidade de chegar ao Mundial mais uma vez (título que muita gente grande por aí não tem, não é mesmo?). Trocam facilmente o placar de hoje, que terá lugar reservado apenas para as estatísticas, pela possibilidade de conquistarem um lugar na história do clube.


Nesta temporada, desperdicei pouco tempo para discutir as escolhas de Renato e comissão técnica na escalação de titulares, reservas ou alternativos. E prometo que não irei além de algumas linhas. Sei que tem gente que só fala disso e busca aí a explicação para este ou aquele resultado nas competições disputadas até agora. E já sabe até quem atacar se alguma frustração surgir.


Vamos pensar juntos, caro e raro leitor desta Avalanche.


Só em uma competição nós estamos pagando o preço por alternar o time: é o Brasileiro. Mesmo assim, sempre estivemos entre os quatro primeiros colocados e ocupando por boa parte do tempo a vice-liderança. Sem contar que alguns dos pontos que nos separam do líder foram perdidos quando os titulares estavam escalados.


Abrir mão de titulares não foi o motivo que nos tirou da Copa do Brasil, por exemplo. Essa Copa jogamos com que havia de melhor, ao menos com o que tínhamos de inteiro até a semi-final, quando perdemos para aquele que seria o campeão da competição.


Na Libertadores, exceção daquele jogo muito bem calculado na fase de grupos, contra o Guaraní do Paraguai, estivemos com nossos principais jogadores e somos o único time brasileiro, vou repetir, somos o único time do Brasil com chance de ser campeão. Todos esses outros que estão por aí se engalfinhando no Brasileiro ou nem se classificaram para a Libertadores ou ficaram pelo caminho.


Contra o Barcelona, o time vai com o que tiver de melhor. Renato escalará o supra-sumo do seu grupo. Terá inclusive Luan e Michel, que aproveitaram a partida deste domingo para ganhar ritmo e se preparar para o meio de semana. E ele arrancará 110% de cada um dos seus jogadores, pois é para isso que estamos jogando a temporada de 2017. É isso que sonhamos conquistar neste ano, mais uma vez. É isso que nossos jogadores sonharão em conquistar enquanto dormem no avião a caminho da Colômbia.


Na mala que está sendo preparada para a viagem não haverá espaço para choramingo, mimimi e rabugice de torcedor. Nossa bagagem, além do melhor futebol que já apresentamos neste ano, só tem lugar para o sonho e o desejo de cada um de nós gremistas.


Que o Grêmio faça uma ótima viagem a caminho do nosso sonho!

22 de outubro de 2017

Daniel Matador - Era jogo-treino, mas não precisava avacalhar

Grêmio 1 x 3 Palmeiras

Michel voltou hoje após parada por lesão e anotou até gol.

Caros

A história, e no futebol não poderia ser diferente, é cíclica. Os mais jovens podem não lembrar, mas nos épicos idos dos anos 90 (que década, meus amigos, que década!) o Grêmio mandava no futebol, fosse no RS, no Brasil ou mesmo na América. Em 1996 o esquadrão avassalador de Felipão era o atual bicampeão da Libertadores e maior candidato ao título daquele ano. O time já estava nas semifinais, onde enfrentaria o América de Cali, time bancado pelos barões da droga colombiana. Só que, além da Libertadores, o tricolor também disputava em paralelo o ruralito e a Copa do Brasil (da qual havia sido vice-campeão no ano anterior).

Em termos de nomes, a grande equipe daquela época era o Palmeiras, financiado pela multinacional Parmalat. Só que este mesmo Palmeiras acabava, quase sempre, levando uma surra de relho da equipe de Scolari. Naquele 1996, numa terça-feira, enfrentávamos o América de Cali no Olímpico pela primeira partida das semifinais da Libertadores. Míseros 16 mil torcedores compareceram para ver Goiano marcar o solitário gol da vitória. Sim, isso mesmo. Ninguém estava dando bola para a semifinal da Libertadores. O que importava era derrotar os palmeirenses. E, na sexta-feira da mesma semana, no segundo jogo da semifinal contra o Palmeiras, o Olímpico entupiu com 50 mil tricolores babando pela classificação contra o odiado alviverde paulista.

A torcida, durante toda a semana, bradava pela utilização de time titular neste jogo, mesmo considerando que, menos de uma semana depois, o time teria de viajar até a Colômbia para decidir sua passagem para a final, onde poderia enfrentar o River Plate e ser tricampeão da América. O time já estava cansado por conta do enfrentamento pela Libertadores e a opção racional seria um time reserva, mesmo que isso ocasionasse a desclassificação. Mas Felipão e a diretoria resolveram atender a torcida, escalaram time titular, chegaram a devolver o placar do primeiro jogo (vencido pelo Palmeiras por 3 x 1), mas a arbitragem anulou o terceiro gol, marcado legalmente por Jardel. O time não classificou-se e chegou esfacelado à Colômbia, onde acabou sucumbindo no segundo tempo por visível questão física e foi derrotado por 3 x 1, perdendo a chance de ser tricampeão continental.



Pois hoje a história se repete, e com o mesmo Palmeiras enfrentando o tricolor em seus domínios antes de uma partida pela semifinal da Libertadores. Só que, desta vez, Portaluppi e a direção não ouviram a torcida e agiram com a razão. Botaram um time reserva, apenas fortalecido pelas presenças de Michel e Luan, que atuaram justamente para retomar o ritmo de jogo para o confronto contra o Barcelona do Equador. Que é o que realmente interessa.

1º Tempo: Grêmio 0 x 0 Palmeiras

Logo aos 3 minutos, Jael recebeu a bola em impedimento, porém deixou a mesma para Arroyo. Ambos partiriam sozinhos, pois a zaga estava toda para trás. Óbvio que o apitador Ricardo Marques Ribeiro, fazendo jus à sua história, marcou impedimento e impediu o provável gol gremista. Aos 7, Everton lançou Arroyo, que avançou e, quase em frente a Fernando Prass, sofreu uma carga da zaga. Em lance ocorrido logo em seguida, Michel sequer encostou em Tchê Tchê, mas o apitador parou o lance porque o jogador palmeirense apatifou e ficou deitado no chão.

A movimentação do jogo era intensa, mas sem chances claras de gol. Aos 31, Luan lançou Léo Moura na esquerda, que avançou e devolveu para o mesmo Luan chutar, mas a bola subiu demais. Aos 36, jogadaça de Everton, que driblou dois marcadores e invadiu a área pela direita, mas concluiu pra fora. Aos 44, perigoso ataque palmeirense, mas Paulo Victor defendeu muito bem o chute de Keno. O apitador deu só um minuto de acréscimo, porém nada mais aconteceu e o primeiro tempo terminou com o placar em branco.



2º Tempo: Grêmio 1 x 3 Palmeiras

O time voltou do intervalo com Jaílson entrando e Bruno Rodrigo saindo. Marcelo Oliveira, com isso formou a dupla de zaga com Thyere e Kaio foi fazer a lateral esquerda. Não eram nem 3 minutos quando Dudu chutou e Paulo Victor estava pronto para aparar, mas a bola desviou no agora zagueiro Marcelo Oliveira e acabou fazendo a bola entrar. Aos 9, em erro que propiciou contra-ataque, Moisés pegou um rebote e meteu um canudo no ângulo esquerdo para aumentar a vantagem. Aos 19, outra falha da defesa e Dudu aproveitou para escorar e anotar o terceiro. Uma mudança que acabou mexendo em três setores alterou totalmente a composição do time.

No minuto seguinte, Beto da Silva entrou no lugar de Arroyo. Aos 33, para dar um alento, Michel aparou um rebote em um bate-rebate na zaga palmeirense e descontou.

Aos 36, Luan saiu para a entrada de Dionathã. Só que daí para frente não havia mais nada para ser feito. O Palmeiras fez o que qualquer equipe que esteja ganhando fora de casa deve fazer e postou-se atrás. O Grêmio até tentava alguma coisa, mas sem a mínima inspiração. E terminou assim.




Como jogaram:

Paulo Victor: transmite segurança para a zaga. Sem culpa no gol. Nota 5
Léo Moura: fez o feijão com arroz na lateral e ainda arriscou um ou outro lance. Nota 6
Thyere: não comprometeu individualmente, mas a zaga fez água com ele e Marcelo Oliveira. Nota 5
Bruno Rodrigo:  deve treinar muito mal, pois foi sacado para que Marcelo Oliveira ficasse em seu lugar. Nota 5

Marcelo Oliveira: é ruim e zicado. Foi só sair da lateral para a zaga que a bola desviou nele e o Palmeiras abriu o placar. Nota 2
Michel: voltou para readquirir ritmo de jogo. Considerando o tempo parado, voltou bem. Tanto que conseguiu até marcar um golzinho. Nota 7
Kaio: não obstante ser oriundo da base, até hoje não fez nenhuma partida que mostrasse algo diferenciado. Nota 3
Luan: sem a mesma intensidade do jogo contra o Corinthians, mas tem readquirido o ritmo para o jogo contra o Barcelona. Nota 6
Everton: um dos poucos que tentou alguma coisa no ataque. Cansou no segundo tempo. Nota 6
Arroyo: ainda não mostrou nada que o qualifique sequer a ficar no elenco. Não fez absolutamente nada. Nota 1 (só por ter fardado)
Jael: é impressionante o fato de um centroavante já ter feito cerca de uma dezena e jogos e não ter anotado um golzinho sequer. Nota 1 (só por ter fardado)

Jaílson: entrou para a saída de Bruno Rodrigo. Não fez nada demais em campo. Nota 4
Beto da Silva: entrou no lugar de Arroyo. Não fez nada além do que seu predecessor havia feito. Nota 3
Dionathã: entrou no lugar de Luan, já na finaleira. Sem nota

Renato Portaluppi: hoje a derrota passa muito por ele. Sua mexida no intervalo detonou todo o time. Nota 2

Arbitragem: o trio era mineiro, formado pelo apitador Ricardo Marques Ribeiro e auxiliado por Guilherme Dias Camilo e Sidmar dos Santos Meurer. Só fizeram merda. O resultado não passou por eles, mas atrapalharam tudo que puderam. O apitador deu até cartão amarelo para Luan no momento da substituição, em uma grande lambança.

Tomando por base o que aconteceu em 1996, hoje era jogo para os reservas e, na melhor das hipóteses, dar ritmo de jogo aos titulares que jogarão a partida pela Libertadores (casos de Luan e Michel). Mas isso não significava que deveria ter ocorrido o fiasco que houve. Sim, porque perder de 3 na Arena é fiasco, a não ser que o juiz expulse uns 4 jogadores. O gol de Michel ainda deu uma atenuada, mas foi uma jornada bem ruim, principalmente no segundo tempo. Agora, tudo que interessa é esquecer esse jogo. Porque só a Libertadores importa.

Saudações Imortais

21 de outubro de 2017

A corneta enferrujada

O empate contra o Corinthians teve um efeito positivo: acabou o mimimi de parte da torcida sobre poupar ou não jogadores. Nove pontos atrás faltando apenas 10 rodadas combinado com a possibilidade, se tudo der certo, de mais 4 jogos pela Libertadores tornam impossível o título brasileiro.
Certo que aqueles que criticam pelo amor à crítica dirão: "se não tivesse poupado antes não estaria a 9 pontos do líder."
Errado. O Grêmio perdeu 9 pontos na Arena (Corinthians, Avaí e Chapecoense) jogando com os titulares.
Outra certeza: nunca, jamais, um time ganhou Libertadores e Campeonato Nacional na mesma temporada. E isto quando a Libertadores acabava em julho. Imaginem agora que as rodadas finais da Libertadores coincidem com a reta final do campeonato nacional. Sem contar que o mesmo acontece com a Copa do Brasil que terminou há duas semanas.
Os apocalípticos do tudo errado não se rendem: "Ain, só o Grêmio poupou." E dão exemplos: "O Corinthians, o Cruzeiro, o Santos, etc. não pouparam."
Primeiro que não é verdade. Pouparam sim. Talvez não a maioria dos titulares, até porque a maioria não tem grupo para se dar a este luxo. Mas pouparam. Segundo que os redondos da corneta dando estes exemplos estão só provando que tem de poupar mesmo.
O Corinthians caiu prematuramente na Copa do Brasil e na Sulamiranda. Então não tinha porque poupar. Mesmo assim está rateando. O Cruzeiro poupou para ganhar a Copa do Brasil. E todos os outros não ganharam porcaria nenhuma durante o ano. E muitos dos exemplos: Botafogo, Atlético MG e Atlético Petralha estão lutando para não cair.
Renato está certo escalando o time que vai a campo amanhã. Luan e Michel precisam jogar para ganhar ritmo de jogo. Os outros precisam estar prontos para a batalha de quarta-feira.
Portanto, bendito empate que limpou a área de uivos e lamentações.

19 de outubro de 2017

Avalanche Tricolor: Luan voltou!

Por Milton Jung


Corinthians 0x0 Grêmio
Brasileiro – Arena Corinthians SP/SP


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Bom te ver em campo 
Imagino que muitos de nós queríamos sentir o gosto da vitória, nesta noite, em São Paulo. Seria a confirmação de que o time começa a retomar o rumo, uma pressão maior sobre o adversário direto ao título e a manutenção da vice-liderança. 

Mas vou lhe dizer uma coisa, caro e raro leitor desta Avalanche, com toda a minha sinceridade. Independentemente do placar final da partida de hoje – e o empate está de bom tamanho, tudo levado em consideração -, eu tinha um só desejo e esse se realizou no momento em que o time entrou em campo. Ver Luan de volta. E Luan voltou.

A perna ainda está presa e o ritmo não é o mesmo de quando sofreu a lesão e teve de ficar afastado do Grêmio. Mas se vê claramente que ao tocar na bola, Luan modifica a forma de o time jogar.  Ela chega certa no pé do companheiro, faz um traçado diferente, driblando a burocracia e permitindo mais agilidade no ataque. Os espaços aparecem e os jogadores se aproximam. Tira a carga das costas – ou dos pés – de Arthur que tem com quem dividir o domínio da bola e pode se movimentar com mais liberdade em campo.
 

Para quem tem a Libertadores como obsessão e a final da Copa está a apenas dois jogos, ter o time reformatado é fundamental. E Luan é quem põe o Grêmio no eixo como mostram as estatísticas: o aproveitamento chega a 79% quando ele está jogando. Vai ficar melhor ainda até a semana que vem quando teremos pela frente a primeira decisão da semifinal.

Jogamos melhor do que o adversário, ficamos mais com a bola no pé, demonstramos uma consistência impressionante na defesa e provocamos os lances de maior perigo no ataque. Não foi suficiente para vencer. Mas neste treino de luxo que o Grêmio fez para Libertadores, repito o que disse no início desta Avalanche, o mais importante era ver Luan em campo. E Luan voltou.