6 de outubro de 2017

Miudinha e Mortos


Vários falaram e eu concordo. Se a Copa do Brasil e a Libertadores tivessem terminado nos meses de julho como antigamente, o Grêmio teria vencido as duas, tão bom e superior era seu futebol quando comparado aos outros times.
Mas infelizmente mudou e as copas continuaram além deste prazo. E no final de agosto começaram os problemas de lesão.
A cada dia um jogador aparece com problema. Suficiente para que se comece a questionar tudo e todos.
A preparação no início do ano não esticou demais a corda?
Qual o problema do departamento médico do tricolor?
São perguntas que muitos gremistas se fazem.
Perguntas que dificilmente terão respostas, sejam quais forem, aceitas por todos. Afinal, os novos tempos nos apresentaram milhares, para não dizer milhões, de especialistas em tudo e sobre tudo.
A verdade é que não há tempo para queixas e buscas de culpados. Logo ali está a semifinal contra o Barcelona. Douglas era uma possibilidade distante. Então, embora seja extremamente lamentável a ocorrência de nova lesão, dificilmente ele poderia dar uma resposta do nível necessário até estes jogos. Ramiro precisa de apenas dois ou três dias de descanso. Luan está voltando. Miky Arroyo jogou a partida toda ontem. Os demais jogadores provavelmente estarão todos bem, especialmente Luan e Geromel.
Vamos adiante então, que falta pouco.

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Escrevi acima que "novos tempos nos apresentaram milhares, para não dizer milhões, de especialistas". Sim. O que não falta são tudólogos. E a imprensa ainda não entendeu isto.
Sobre o assunto, um texto excelente do Rica Perrone que merece reprodução. O original está aqui.

 "Mortos"
“Depois da chegada da internet…”, pára! Já tá errado. Internet é meio de transmissão, não uma forma de mídia. Mídia é impressa, video, áudio. A forma com que isso é transmitida às pessoas é outra coisa. Logo, não foi a internet que “fudeu tudo”. Foi a falta de leitura do cenário.
Quando o Flamengo diz a um reporter que “você não”, logo vem os intelectuais falar em censura, blá, blá, blá. Mas acontece, meus caros, que a mídia em geral não entendeu ainda que ninguém precisa mais dela pra porra nenhuma. E que se ainda a usam é por mera opção.
Diferente de quanto éramos reféns de emissoras e jornais, hoje temos ligação com a fonte, canais oficiais, mil “opiniões” e “informações” que, tal qual a imprensa tradicional faz, podem ou não ser verdade.
Duvida? Olha eu aqui! Chegou aqui por que emissora?
Olha quem são os maiores influenciadores do país. Vê se foi a Globo que fez ou se eles se fizeram sozinhos.
Ninguém mais precisa da Globo. Ninguém mais é 100% direcionado pelo que diz o cara do jornal da noite. O ator da novela não é mais o galã do país. Esse cara está fazendo video no youtube e postando prato fitness no instagram.
Se você quer continuar dando furo em 2017, meu amigo, você ultrapassa a burrice. Não há qualquer importância em “furo” quando uma informação se propaga em 30 segundos pelo planeta. Ninguém sabe “quem deu”, porque quando sair “todos já deram”.
Então dê direito. Porque aí sim, quem sabe, você ainda faça alguma diferença.
Clubes, empresas, ídolos. Eles não dependem mais da imprensa para falar com os fãs. Logo, o refém agora é você, veiculo de comunicação disputando pauta com a rede social oficial do cara.
E se mentir, fizer merda, vai ficar pra fora do treino sim. Porque?
Porque você não tem DIREITO algum a estar ali. É uma permissão que o clube te dava por necessidade, hoje te dá ou não por opção.
O ídolo não precisa mais te aturar. Ele pode te destruir. Os fãs dele estão reunidos nas mãos dele, não mais na nossa. Toda notícia mentirosa será bem pior pro jornal/jornalista do que pra vítima. É uma tendência natural porque hoje nós não somos a única via.
Pior. Diria que sequer somos a principal.
O jornal Extra faz um jornalismo de merda, um sensacionalismo tosco e usa um método de 1980 tentando impactar em 2017. É óbvio que vai ladeira abaixo. Só que agora ele não tem mais a única coisa que o mantinha em pé: importância.
Ninguém liga pro jornal, pra emissora, pro jornalista famoso. Todos tem o que querem quando querem, basta querer chegar a informação que você terá. Nós somos os caras que dão de mão beijada e superficialmente, e portanto atingimos os menos interessados e/ou capacitados.
O mercado sabe ler melhor que a imprensa. Todo mundo já percebeu. Quem quer algo mais sobre política não lê o Globo de manhã. Ele vai nos mais conceituados sites de política do mundo e se informa lá.
“Nichou”. A cobertura palmeirense é feita por torcedores do Palmeiras, não mais por nós. Modéstia a parte notei isso em 2005 quando fiz um site que cobriria o SPFC, não que replicaria notícia alheia apenas.
Hoje todo time tem 5 sites e eles todos são mais influentes em suas torcidas do que os jornais, rádios e revistas que insistem em arrotar caviar quando não comem nem mais a mortadela.
Acabou, gente. Nós não disputamos espaço mais entre nós. É contra “todos”. E a “censura” que você chora hoje por corporativismo se chama “direito”. O seu de a vida toda falar o que quer, o deles em hoje poder dizer que “Você, não”.
Eu apóio. Do lado de cá, ainda que não pratique o “jornalismo”, eu apoio.
Enquanto vocês estão preocupados em transitar bem entre colegas, tem gente que transita bem no futebol.
E é aí que a sua conta não fecha e você “morre”. Todo mundo sabe que jornalista não tem NENHUMA especialização em futebol que o credencie a avaliar porra nenhuma.
Tem coisas que não se ensina em faculdade. Futebol é uma delas. Economia, política, culinária, também. Ou seja, ser “jornalista”não te faz especialista em nada. Acabou o caô. Fomos descobertos. Descanse em paz.
abs,
RicaPerrone